Quem pretende fazer penitência este ano deixando de comer carne vermelha na quaresma, que começa amanhã, vai ter que pesquisar muito para comprar os produtos tradicionais do período no melhor preço. Levantamento do site Mercado Mineiro mostra variações de até 100% nos preços do bacalhau e de outros peixes. A pesquisa também apresenta a grande diferença de preços de outros itens, como camarões e ovos.
“As diferenças de preço estão bem grandes, então é muito importante escolher bem onde vai comprar. Nos locais mais voltados para a venda de pescado, como as lojas da região do Bonfim, a pessoa tende a comprar o peixe mais barato e até mais fresco”, afirma o diretor do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. Ele aconselha a busca por mercados especializados também para que o consumidor evite levar gato por lebre. “Especialmente quando se trata de zarbo ou ling, que muitas vezes o consumidor não conhece, o desavisado pode comprar bacalhau de uma espécie achando que é outra. Por isso é bom procurar locais tradicionais”, diz.
Outros peixes também estão variando muito de preço, segundo a pesquisa. O filé de surubim pode ser encontrado de R$ 27 a R$ 49, dependendo do lugar, uma diferença de 81,48%. Já o filé de merluza custa de R$ 12,90 a R$ 25,99, uma variação de 101,47%. Outro peixe que deve ser pesquisado é a tilápia, que pode custar de R$ 12,90 a R$ 24,90, variando 93,02%.
A maior diferença encontrada na pesquisa foi em relação aos camarões. O camarão rosa limpo apresentou variação de 239,10%, custando de R$ 28,90 a R$ 98. Já o camarão sete barbas G custa de R$ 23,80 a R$ 68, uma diferença de 185,71%.
A notícia boa é que os peixes não aumentaram de preço em relação ao ano passado. Pelo contrário, vários dele até tiveram redução. O bacalhau Saithe, por exemplo, sofreu uma queda de 13,10%. Em 2016, custava em média R$ 53,15 e, este ano, passou a custar R$ 46,19. O filé de merluza também caiu de preço, passando de uma média de R$ 21,60 para R$ 20,10, uma diferença negativa de 6,94%. O quilo da tilápia custava em média R$ 19,07, agora custa em média R$ 17,70, o que representa queda de 7,18%. O quilo da tainha caiu 8,9% e o da traíra 11,73%. O camarão sete barbas P, teve redução de 17,08%, passando de R$ 29,27 a R$ 24,27. Subiram, porém pouco, de 2,45% a 4,99%, o bacalhau porto imperial e o filé de surubim.
Para Feliciano Abreu, a manutenção ou queda de preços foi uma surpresa positiva da pesquisa. “A gente nota muito isso em função do dólar, que desvalorizou e influencia a importação dos pescados, e da própria situação econômica do país. Em função do poder aquisitivo das pessoas, os comerciantes não estão podendo aumentar o preço como em anos anteriores. Não se pode colocar um preço muito alto porque senão a pessoa não compra”, avalia.
Feliciano acredita que a tendência é de queda maior ainda, quanto mais se aproximar a semana santa. Isso em função da concorrência e da procura, que aumentam, forçando os vendedores a diminuir os preços para desovar os estoques. Principalmente porque os peixes são produtos perecíveis. “Geralmente, na semana antes da Páscoa cai mais ainda o preço porque as pessoas compram mais”, diz.