Punta del Este, Uruguai, 15 - Três anos e meio atrás, o argentino Guille Freire voltou para o seu país após concluir um curso de MBA nos Estados Unidos e teve seu celular roubado. Sem dinheiro para um novo, Freire comprou um usado, mas enfrentou problemas: o aparelho tinha defeito, a procedência não era conhecida e não havia garantia.
Da experiência, Freire tirou uma ideia de negócio: um e-commerce para venda de smartphones usados que oferecesse garantia e procedência do equipamento.
O investimento inicial para abrir no Brasil a loja virtual Trocafone, há três anos, foi de R$ 150 mil. Freire não revela o faturamento, mas em 2016 comercializou mais de 150 mil smartphones usados. A expectativa para este ano é triplicar o volume.
O negócio começou com a compra de celulares de quem queria vender o próprio aparelho e evoluiu em 2015 para uma parceria com grandes fabricantes e varejistas interessadas em aceitar o equipamento usado como parte do pagamento para um smartphone novo. Dependendo das condições, o celular usado pode valer até a metade de um novo.
Dois fatores, segundo Freire, impulsionaram o mercado de smartphones usados. Primeiro, a crise. Segundo, consumidores em busca de uma “compra inteligente”. A exemplo do carro zero, o smartphone novo também perde rapidamente valor e o usado cumpre a função com um custo menor.