Brasília - O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara, Carlos Marun (PMDB-MS), confirmou na manhã desta terça-feira, 18, o adiamento da leitura do parecer do texto, que ocorreria nesta data a partir das 13h30, para a quarta-feira, 19, às 9 horas. Segundo Marun, essa "transferência" atendeu a um pedido do relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).
Ele evitou falar em "adiamento" e "cancelamento", pois considerou essas palavras muito fortes e afirmou que se trata "apenas de uma transferência". O presidente da comissão disse ainda que a "transferência" teve o aval do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Todos concordaram que é melhor que nós concedamos ao relator mais essas horas para que tenhamos amanhã um texto efetivamente definitivo que vai servir de futuro da Previdência do País", afirmou.
Indagado da sinalização negativa que esse cancelamento poderia causar para o mercado, Marun garantiu que Meirelles, "que é especialista", não fez "nenhum óbice". "O ministro Meirelles, que é um especialista em mercado, participou dessa conversa que tivemos a poucos e ele não viu nenhum óbice para essa transferência para amanhã".
Marun negou que possa ter um novo cancelamento e garantiu que a leitura será feita na quarta. "Não há possibilidade. Conversamos, e ele (relator) se manifestou tranquilo em relação a essa certeza de que amanhã às 9 horas ele tem condição de efetuar essa leitura", disse.
Questionado se o relator já havia decidido a redação da idade mínima para a mulher entre 62 ou 63 anos, Marun afirmou que as dúvidas de segunda-feira à noite permanecem nesta terça e serão sanadas ao longo das conversas do dia.
Marun disse ainda que a transferência da data também levou em conta a reunião que o presidente Michel Temer e o relator da proposta terão com senadores da base aliada nesta terça, depois do café da manhã que ocorre com deputados da base no Palácio da Alvorada. "Seria até quase que um desrespeito aos senhores senadores o relator sair da reunião dos senadores e ir direto para comissão fazer a leitura", afirmou.
O presidente da comissão decidiu falar com os jornalistas antes mesmo do início do café da manhã com os deputados e o presidente Temer. Na entrada, depois que Arthur Maia deu sinais de que não leria o relatório nesta terça, Marun resolveu dar uma coletiva para anunciar oficialmente a mudança da leitura para o dia seguinte.