Brasília, 19 - O presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, Carlos Marun (PMDB-MS), admitiu nesta noite de quarta-feira, 19, ter sido surpreendido pela decisão do relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), de reduzir a exigência de idade mínima de aposentadoria para trabalhadoras rurais, de 60 anos para 57 anos. "Fui surpreendido, até porque não defendia", afirmou.
Marun acreditava que esse grupo poderia "dar uma contribuição maior à reforma", mas disse que o relator conhece bem a área. "Ele tomou essa decisão, o que eu apoio", afirmou.
Com a flexibilização adicional na aposentadoria rural, as regras pouco mudarão em relação às exigências atuais. Hoje, homens se aposentam com idade mínima de 60 anos e mulheres com 55 anos, com tempo mínimo de contribuição de 15 anos. Na proposta, a única alteração é a idade mínima da mulher, que sobe para 57 anos.
O presidente, no entanto, disse que não é possível estender ainda mais as flexibilizações na reforma. Hoje mais cedo, o Broadcast, serviço de notícia sem tempo real do Grupo Estado, mostrou que a bancada feminina quer uma idade mínima ainda menor para todas as mulheres, embora o presidente Michel Temer tenha aberto mão da "espinha dorsal" da reforma ao diminuir a exigência de 65 anos para 62 anos para elas.
A bancada feminina quer que o limite caia ainda mais, para 60 anos, mantendo uma diferença de cinco anos em relação à idade mínima dos homens. "Não podemos mostrar uma competição de titularidade de bondades", disparou Marun. "Fizemos acordo com bancada feminina que traz benefícios significativos e reconhece a desigualdade ainda existente."
O presidente da comissão especial disse ainda, ao avaliar os resultados desfavoráveis do Placar da Previdência, do Grupo Estado, que "só vão ficar contra a reforma aqueles que entendem que o certo é empurrar a Previdência com a barriga". Ontem, Marun projetou que a reforma terá 360 votos favoráveis no plenário da Câmara".