São Paulo, 26 - A greve geral convocada para sexta-feira, 28, pelas centrais sindicais e movimentos sociais em protesto às reformas da Previdência e trabalhista, propostas pelo governo Michel Temer, ganha corpo com a adesão dos aeroviários dos principais aeroportos do País e também dos funcionários dos Correios.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), a paralisação da categoria está prevista para começar na manhã de sexta-feira, ainda sem horário de início divulgado. A decisão inclui os trabalhadores que exercem atividades no solo, como serviços de check-in e responsáveis pela bagagem, por exemplo.
"A gente sabe que já estão terceirizando várias funções nos aeroportos. Vamos fazer nossa função. A insatisfação é geral", diz o presidente do SNA, Luiz Pará. Ele estima que o sindicato represente uma base de 50 mil trabalhadores em quase todos os aeroportos do País, sem contar os terminais de São Paulo, Porto Alegre, Recife e Manaus.
“Se essas reformas passarem, a situação do trabalhador brasileiro, já indefeso com a crise, ficará ainda mais complicada”, diz Pará.
A maior parte dos aeroviários e aeroportuários dos terminais de Guarulhos e do Recife também devem cruzar os braços a partir das 6h desta sexta-feira, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac). Nos dois aeroportos, a expectativa é que só 30% dos funcionários continuem trabalhando.
Em Congonhas, há a confirmação de greve dos aeroportuários, e os trabalhadores do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, devem decidir se irão aderir à greve em assembleia na tarde desta quarta-feira, ainda segundo a Fentac.
Correios
De acordo com a direção da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), os funcionários dos Correios de todo o País entram em greve geral por tempo indeterminado a partir das 22h desta quarta-feira, 26. Os sindicatos regionais realizam na tarde desta quarta-feira as assembleias que ratificarão a paralisação. A pauta da categoria, segundo a Fentect, é a luta contra a privatização da estatal, e a demissão em massa de trabalhadores anunciadas pelo presidente Guilherme Campos.
A Federação alerta que municípios do interior e regiões periféricas podem ficar sem serviços bancários e de Correios, já que expectativa é que mais de 200 agências deixem de abrir a partir desta quinta-feira, 27.