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Estado de Minas

Rumor de venda de empresas faz ação da JBS saltar 22,54%

J&F, holding que controla frigorífico pivô da crise política, nega que vai se desfazer da Alpargatas, Eldorado e Vigor para bancar multa da corrupção


postado em 26/05/2017 06:00 / atualizado em 26/05/2017 07:58

O grupo J&F, holding dona da JBS, divulgou nota nesta quinta-feira, negando que tenha contratado o banco Bradesco BBI para vender as empresas Alpargatas, Eldorado e Vigor. Mais cedo duas fontes próximas à empresa e ao banco haviam confirmado essa contratação. “A J&F Investimentos informa que não é verdadeiro o relato de que contratou o Bradesco BBI ou qualquer outro banco para a venda de ativos”, disse o grupo em nota.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o banco Bradesco BBI já foi consultado sobre as operações de venda das três marcas. A expectativa dos investidores é de que com a venda de outros ativos, a companhia possa centrar forças na operação da JBS que deve passar por forte turbulência com os acordos de delação, já fechado, e o de leniência que está em negociação com o Ministério Público Federal (MPF).

A notícia levou as ações da JBS a disparar. Os papéis fecharam com valorização de 22,54%, liderando as altas da Bolsa de Valores. Apesar de ter um peso menor no Índice Bovespa, analistas apontam que a alta das ações ajudou a neutralizar as perdas da bolsa, que fechou em queda de 0,05%. As ações preferenciais da Alpargatas também tiveram alta, de 4,04%. Já a empresa de laticínios Vigor e a companhia de celulose Eldorado não têm ações negociadas na bolsa.
Pivô da crise política, por conta da gravação de uma conversa entre Joesley Batista e o presidente Michel Temer, o papel do frigorífico acumula queda de 27,75% neste mês, mesmo com a alta de ontem.

A princípio, a valorização é relacionada à expectativa de venda das três empresas. Os papéis, no entanto, ainda são alvo de diversas especulações. A avaliação dos investidores é de que a operação da dona das marcas Friboi e Seara é sólida e que pode resistir à turbulência gerada pelas revelações de corrupção.

A situação financeira no grupo, entretanto, tende a ficar apertada, na medida em que os bancos tiverem que renovar as linhas de crédito para a empresa ou até mesmo com o acordo de leniência a ser firmado com o Ministério Público Federal (MPF).

Segundo fontes, a empresa está otimista de que o acordo seja fechado em cerca de R$ 6 bilhões ou R$ 7 bilhões, mas os procuradores estão bastante rígidos em função da péssima imagem que está sendo transmitida ao mercado com o acordo firmado com os irmãos Batista, em que eles saíram imunes dos crimes que admitiram ter cometido. A oferta original do MPF era um acordo de R$ 11 bilhões a ser pago em 10 anos.

Interessados


Segundo analistas, a tendência é que a Fibria seja a primeira interessada na Eldorado – fábrica de celulose instalada em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul –, até pela sinergia que uma aquisição como essa traria à empresa e o poder de mercado que a companhia, líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto, ganharia. Mas a Fibria vai querer comprar por um preço baixo, segundo fontes. Já a Alpargatas, dono da marca Havaianas, teria o potencial de atrair os concorrentes que foram deixados para trás na disputa em 2015. A J&F pagou R$ 2,7 bilhões pela empresa, com dinheiro emprestado da Caixa. A Vigor, dona da marca Itambé, teria a empresa PepsiCo interessada. Qualquer conversa, no entanto, estaria condicionada ao fechamento do acordo de leniência.


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