Brasília – Os analistas de bancos e corretoras ouvidos pelo Banco Central (BC) para compor o Relatório de Mercado Focus, que contém as estimativas dos principais indicadores da economia, alteraram suas projeções para um cenário mais pessimista. O movimento ocorre já passados os primeiros impactos da delação de executivos da JBS, que atinge o presidente Michel Temer e aliados do governo. As previsões para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiram de 3,92% para 3,95% neste ano, interrompendo 11 semanas de queda.
A expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produção de bens e serviços do país) ficou ainda mais modesta na visão dos economistas, ao recuar de 0,5% para 0,49%. Na semana passada, quando foi divulgado o primeiro boletim Focus depois do estouro da crise política, os economistas pouco haviam alterado suas estimativas. Em alguns casos, a exemplo do IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve inclusive leve melhora nas projeções. Na prática, se esperava desdobramentos mais claros da crise para novas projeções.
O relatório Focus de ontem traz mudanças em vários indicadores. Voltou a subir a projeção de inflação para 2017, que havia caído de 3,93% para 3,92% na semana passada. A inflação estimada para 2018, que na semana passada havia recuado de 4,36% para 4,34%, agora sai de 4,34% para 4,40%.
O mesmo fenômeno ocorreu no câmbio. A projeção para o dólar no fim de 2017 avançou de R$ 3,23 para R$ 3,25. Nas estimativas relacionadas a 2018, a moeda americana, que havia ficado em R$ 3,36 na semana passada passou a ser projetada para 3,37.
As expectativas de crescimento da economia também pioraram nesta semana. Para 2017, fica em 0,49% e, no ano que vem vai a 2,48%, ante a taxa prevista anteriormente de 2,50%. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em abril, os diretores do BC afirmaram que os indicadores permanecem compatíveis com a estabilização da atividade econômica ao longo deste ano.
No entanto, nas últimas semanas, as notícias sobre a delação da JBS, que atingem o governo Michel Temer, elevaram o risco do país. Na visão de alguns analistas, a crise política pode prejudicar a recuperação da atividade econômica. No relatório Focus de ontem, as projeções para a produção industrial ficaram estáveis. O avanço projetado para 2017 seguiu em 1,30%. Há um mês, estava em 1,47%.
Para 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,50%, mesmo porcentual de quatro semanas antes. Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 permaneceu em 51,50%. Há um mês, estava em 51,40%. Para 2018, as expectativas no boletim Focus seguiram em 55,20%, ante 55% um mês atrás.
INFLAÇÃO DO ALUGUEL O relatório do BC também revelou que a mediana das projeções do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2017 passou de 1,66% para 1,62%. Há um mês, estava em 2,70%. Para 2018, a projeção seguiu em 4,50%, mesmo percentual de quatro semanas atrás. Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os índices gerais de preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, passou de 2,20% para 2,14% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes, estava em 2,71%. No caso de 2018, o índice seguiu em 4,50%, mesmo patamar de um mês atrás.
A mediana das previsões para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) deste ano permanece em 4%. Há um mês, a mediana das projeções do mercado financeiro para o IPC era de 3,94%. Para 2018, a projeção do IPC-Fipe permaneceu em 4,50%.
PIORA DO JURO
Os economistas do mercado financeiro projetam corte de 1 ponto porcentual da taxa Selic (a taxa básica de juros da economia) na reunião de amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom). Os juros que remuneram os títulos do governo e servem de referência para as operações nos bancos e no comércio, estão hoje em 11,25% ao ano. Houve também piora na redução estimada, que no início do mês estava em 1,25 ponto, portanto antes das delações dos donos da JBS.
A expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produção de bens e serviços do país) ficou ainda mais modesta na visão dos economistas, ao recuar de 0,5% para 0,49%. Na semana passada, quando foi divulgado o primeiro boletim Focus depois do estouro da crise política, os economistas pouco haviam alterado suas estimativas. Em alguns casos, a exemplo do IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve inclusive leve melhora nas projeções. Na prática, se esperava desdobramentos mais claros da crise para novas projeções.
O relatório Focus de ontem traz mudanças em vários indicadores. Voltou a subir a projeção de inflação para 2017, que havia caído de 3,93% para 3,92% na semana passada. A inflação estimada para 2018, que na semana passada havia recuado de 4,36% para 4,34%, agora sai de 4,34% para 4,40%.
O mesmo fenômeno ocorreu no câmbio. A projeção para o dólar no fim de 2017 avançou de R$ 3,23 para R$ 3,25. Nas estimativas relacionadas a 2018, a moeda americana, que havia ficado em R$ 3,36 na semana passada passou a ser projetada para 3,37.
As expectativas de crescimento da economia também pioraram nesta semana. Para 2017, fica em 0,49% e, no ano que vem vai a 2,48%, ante a taxa prevista anteriormente de 2,50%. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em abril, os diretores do BC afirmaram que os indicadores permanecem compatíveis com a estabilização da atividade econômica ao longo deste ano.
No entanto, nas últimas semanas, as notícias sobre a delação da JBS, que atingem o governo Michel Temer, elevaram o risco do país. Na visão de alguns analistas, a crise política pode prejudicar a recuperação da atividade econômica. No relatório Focus de ontem, as projeções para a produção industrial ficaram estáveis. O avanço projetado para 2017 seguiu em 1,30%. Há um mês, estava em 1,47%.
Para 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,50%, mesmo porcentual de quatro semanas antes. Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 permaneceu em 51,50%. Há um mês, estava em 51,40%. Para 2018, as expectativas no boletim Focus seguiram em 55,20%, ante 55% um mês atrás.
INFLAÇÃO DO ALUGUEL O relatório do BC também revelou que a mediana das projeções do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2017 passou de 1,66% para 1,62%. Há um mês, estava em 2,70%. Para 2018, a projeção seguiu em 4,50%, mesmo percentual de quatro semanas atrás. Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os índices gerais de preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, passou de 2,20% para 2,14% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes, estava em 2,71%. No caso de 2018, o índice seguiu em 4,50%, mesmo patamar de um mês atrás.
A mediana das previsões para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) deste ano permanece em 4%. Há um mês, a mediana das projeções do mercado financeiro para o IPC era de 3,94%. Para 2018, a projeção do IPC-Fipe permaneceu em 4,50%.
PIORA DO JURO
Os economistas do mercado financeiro projetam corte de 1 ponto porcentual da taxa Selic (a taxa básica de juros da economia) na reunião de amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom). Os juros que remuneram os títulos do governo e servem de referência para as operações nos bancos e no comércio, estão hoje em 11,25% ao ano. Houve também piora na redução estimada, que no início do mês estava em 1,25 ponto, portanto antes das delações dos donos da JBS.