Rio de Janeiro – A produção industrial registrou, em abril, a primeira alta do ano, de 0,6%, considerando a comparação com o mês imediatamente anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor não crescia desde dezembro, quando a taxa foi de 2%. Ainda assim, a interpretação do cenário da indústria em abril é de incerteza. André Macedo, gerente de Indústria do IBGE, classificou como “errático” o comportamento da indústria em abril. Na comparação com abril de 2016, porém, foi acumulada queda de 4,5%, a maior baixa interanual desde outubro do ano passado, quando foi registrado recuo de 7,5% em relação a outubro de 2015. No ano, a indústria teve queda de 0,7%. No acumulado em 12 meses, a produção da indústria acumulou recuo de 3,6%.
“Há estabilidade em um determinado patamar, mas o setor industrial permanece muito longe dos seus patamares históricos. O setor opera com 19,8% do pico, alcançado em junho de 2013. Há um distanciamento importante", destaca ele. Segundo Macedo, “é como se a produção operasse em patamar de janeiro de 2009, o que está relacionado ao nível de capacidade instalada, retração da demanda, mercado de trabalho desfavorável Não há uma trajetória definida para a indústria. Há um campo importante para recuperar”.
As principais influências positivas na série com ajuste sazonal apresentaram resultados negativos no mês anterior. É o caso dos segmentos farmacêutico, que avançou 19,8%, após cair 23,4% em março; veículos automotores, reboques e carrocerias, que subiu 3,4% em abril, após queda de 6,9% em março; e produtos derivados de petróleo, que avançou 2%, após cair 3,4%.
A principal influência negativa partiu do segmento extrativo mineral, que recuou 1,4% na passagem de março para abril e acumula queda de 2,9% nos últimos três meses. Em abril, é possível que paradas programadas de plataformas de petróleo tenham contribuído para a queda, de acordo com Macedo. Além do mercado de trabalho desfavorável, o economista destaca ainda a instabilidade política e econômica, que afetam diretamente o investimento, como fatores conjunturais que frearam a indústria em abril.
Comparação anual
A indústria alimentícia foi a que apresentou pior resultado em abril e a que mais contribuiu para a queda de 4,5% da produção industrial, comparado a igual mês do ano anterior, segundo o IBGE. Macedo apresentou uma série de fatores que influenciaram essa taxa. O principal foi o atraso na moagem da cana-de-açúcar, seguido de embargos à exportação de carnes, por conta da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal, que levou a paralisações de dez a 15 dias no mês. Com isso, a indústria alimentícia recuou 16,4% em abril, comparado a igual período do ano anterior. Ao todo, 82,9% do segmento de alimentos apresentaram taxas negativas em abril. Além disso, a ocorrência de um número menor de dias úteis pesou no resultado anual da indústria no mês.
Com o resultado de abril, a indústria registrou o décimo quadrimestre negativo, na comparação anual, informou IBGE. De janeiro a abril, a queda foi de 0,7%, menos intensa, porém, do que as anteriores. No quadrimestre anterior, a queda foi de 3,6% e a de maio a agosto de 2016, de 6,1%. O resultado de janeiro a abril deste ano foi beneficiado pelo bom desempenho dos equipamentos agrícolas, que avançaram 27,5%, dentro do grupo de bens de capital.
Dentre as grandes categorias econômicas, a produção de bens intermediários foi a que mais cresceu em abril ante março (2,1%), seguida por bens de capital (1,5%). A de bens de consumo teve queda de 0,4% no período, sendo que o nicho de bens duráveis subiu 1,9% e o de semiduráveis e não duráveis caiu 0,8%. “Com isso, essa categoria (de semiduráveis e não duráveis) completa o terceiro mês seguido de resultado negativos, acumulando uma perda de 3% no primeiro quadrimestre deste ano”, destacou Macedo. Na análise por setores, 13 dos 24 ramos pesquisados apresentaram aumento da produção em abril, na comparação com o mês anterior.
Revisões
O IBGE revisou as taxas mensais da produção industrial de janeiro e de março deste ano. Em janeiro, segundo o órgão, a produção da idústria caiu 0,1% ante dezembro (e não 0,4%, como divulgado anteriormente). Em março, o indicador caiu 1,3% frente a fevereiro (e não 1,8% como publicado antes). Também foram revisados os números de 2016 para os meses de maio (de 0,2% para 0%), junho (de 1,8% para 1,9%), agosto (de -3,3% para 3%), novembro (0,2% para 0,6%) e dezembro (de 2,4% para 2%).
Material de Construção
As vendas de material de construção no mês de maio cresceram 5% ante abril e 9% na comparação com maio de 2016, segundo dados da Anamaco em pesquisa com lojistas. No acumulado de cinco meses, a alta é de 6% sobre o mesmo período do ano anterior. Entretanto, no acumulado dos últimos 12 meses as vendas têm queda de 6%. “Depois de dois dos piores anos da história do nosso setor, estamos apresentando um ritmo constante de recuperação que foi bastante influenciado pela liberação dos recursos das contas inativas do FGTS”, afirma o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, por meio de nota. O dirigente também aponta o Cartão Reforma como outra medida que deve impactar positivamente o desempenho do setor, "afinal o programa deve atingir o teto de R$ 1 bilhão só em 2017", completa. A expectativa dos lojistas para junho é de que continue crescendo, conforme a resposta de 54% dos entrevistados. Já o pessimismo do setor com relação às ações do governo nos próximos 12 meses cresceu de 29% para 46%, reflexo da instabilidade política, de acordo com a associação
“Há estabilidade em um determinado patamar, mas o setor industrial permanece muito longe dos seus patamares históricos. O setor opera com 19,8% do pico, alcançado em junho de 2013. Há um distanciamento importante", destaca ele. Segundo Macedo, “é como se a produção operasse em patamar de janeiro de 2009, o que está relacionado ao nível de capacidade instalada, retração da demanda, mercado de trabalho desfavorável Não há uma trajetória definida para a indústria. Há um campo importante para recuperar”.
As principais influências positivas na série com ajuste sazonal apresentaram resultados negativos no mês anterior. É o caso dos segmentos farmacêutico, que avançou 19,8%, após cair 23,4% em março; veículos automotores, reboques e carrocerias, que subiu 3,4% em abril, após queda de 6,9% em março; e produtos derivados de petróleo, que avançou 2%, após cair 3,4%.
A principal influência negativa partiu do segmento extrativo mineral, que recuou 1,4% na passagem de março para abril e acumula queda de 2,9% nos últimos três meses. Em abril, é possível que paradas programadas de plataformas de petróleo tenham contribuído para a queda, de acordo com Macedo. Além do mercado de trabalho desfavorável, o economista destaca ainda a instabilidade política e econômica, que afetam diretamente o investimento, como fatores conjunturais que frearam a indústria em abril.
Comparação anual
A indústria alimentícia foi a que apresentou pior resultado em abril e a que mais contribuiu para a queda de 4,5% da produção industrial, comparado a igual mês do ano anterior, segundo o IBGE. Macedo apresentou uma série de fatores que influenciaram essa taxa. O principal foi o atraso na moagem da cana-de-açúcar, seguido de embargos à exportação de carnes, por conta da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal, que levou a paralisações de dez a 15 dias no mês. Com isso, a indústria alimentícia recuou 16,4% em abril, comparado a igual período do ano anterior. Ao todo, 82,9% do segmento de alimentos apresentaram taxas negativas em abril. Além disso, a ocorrência de um número menor de dias úteis pesou no resultado anual da indústria no mês.
Com o resultado de abril, a indústria registrou o décimo quadrimestre negativo, na comparação anual, informou IBGE. De janeiro a abril, a queda foi de 0,7%, menos intensa, porém, do que as anteriores. No quadrimestre anterior, a queda foi de 3,6% e a de maio a agosto de 2016, de 6,1%. O resultado de janeiro a abril deste ano foi beneficiado pelo bom desempenho dos equipamentos agrícolas, que avançaram 27,5%, dentro do grupo de bens de capital.
Dentre as grandes categorias econômicas, a produção de bens intermediários foi a que mais cresceu em abril ante março (2,1%), seguida por bens de capital (1,5%). A de bens de consumo teve queda de 0,4% no período, sendo que o nicho de bens duráveis subiu 1,9% e o de semiduráveis e não duráveis caiu 0,8%. “Com isso, essa categoria (de semiduráveis e não duráveis) completa o terceiro mês seguido de resultado negativos, acumulando uma perda de 3% no primeiro quadrimestre deste ano”, destacou Macedo. Na análise por setores, 13 dos 24 ramos pesquisados apresentaram aumento da produção em abril, na comparação com o mês anterior.
Revisões
O IBGE revisou as taxas mensais da produção industrial de janeiro e de março deste ano. Em janeiro, segundo o órgão, a produção da idústria caiu 0,1% ante dezembro (e não 0,4%, como divulgado anteriormente). Em março, o indicador caiu 1,3% frente a fevereiro (e não 1,8% como publicado antes). Também foram revisados os números de 2016 para os meses de maio (de 0,2% para 0%), junho (de 1,8% para 1,9%), agosto (de -3,3% para 3%), novembro (0,2% para 0,6%) e dezembro (de 2,4% para 2%).
Material de Construção
As vendas de material de construção no mês de maio cresceram 5% ante abril e 9% na comparação com maio de 2016, segundo dados da Anamaco em pesquisa com lojistas. No acumulado de cinco meses, a alta é de 6% sobre o mesmo período do ano anterior. Entretanto, no acumulado dos últimos 12 meses as vendas têm queda de 6%. “Depois de dois dos piores anos da história do nosso setor, estamos apresentando um ritmo constante de recuperação que foi bastante influenciado pela liberação dos recursos das contas inativas do FGTS”, afirma o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, por meio de nota. O dirigente também aponta o Cartão Reforma como outra medida que deve impactar positivamente o desempenho do setor, "afinal o programa deve atingir o teto de R$ 1 bilhão só em 2017", completa. A expectativa dos lojistas para junho é de que continue crescendo, conforme a resposta de 54% dos entrevistados. Já o pessimismo do setor com relação às ações do governo nos próximos 12 meses cresceu de 29% para 46%, reflexo da instabilidade política, de acordo com a associação