O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Adézio de Almeida Lima, disse nessa segunda-feira que a venda da participação da estatal na Hidrelétrica Santo Antônio avançou ao longo do último mês e que a empresa está prestes a fechar o contrato de compra e venda da usina. O valor do negócio em curso não foi anunciado, mas a provável compradora deve ser a chinesa State Power Investment Overseas (Spic).
De acordo com Adézio, no prazo máximo de 20 dias a empresa vai anunciar como será a venda de sua fatia na Light. “Nós acreditamos que o que está mais próximo de virar uma entrada de caixa na companhia é nossa participação em Santo Antônio, e temos uma firmeza muito forte na venda da Light”, afirmou Lima.
Outro ativo que pode ser vendido, segundo informações do diretor, é a Gasmig, a companhia de gás da estatal. A intenção é se desfazer de pelo menos 49% da participação da Cemig na empresa. Acima desse percentual, a estatal, de acordo com a Constituição estadual, teria de fazer um plebiscito para saber a opinião da população sobre a venda.
Adézio disse que esse ativo é “o terceiro ou quarto mais importante” do plano de desinvestimentos da elétrica. Os editais para a venda estão em fase de elaboração e a expectativa é que a alienação renda cerca de R$ 1,2 bilhão.
Outro ativo que pode ser vendido é o controle da Renova Energia, onde a Cemig e a Light têm participação. De acordo com Adézio, a expectativa é que esse negócio seja fechado em até 60 dias. No começo deste mês, a Renova Energia informou ter recebido uma oferta da Brookfield Energia Renovável para capitalização da companhia e aquisição de fatia da Light na empresa.
Dívidas
Todo recurso obtido com a alienação desses ativos tem por objetivo arrecadar recursos para pagar a dívida da empresa, calculada hoje em R$ 13 bilhões.“A venda de ativos é importante porque teremos condições de reduzir o endividamento”, comentou Edézio. A negociação permitirá ainda que a Cemig refinancia sua dívida com os bancos. De acordo com ele, potenciais investidores têm buscado a companhia para conhecer melhor os ativos colocados à venda, a despeito das incertezas do ambiente político brasileiro. “Mesmo com o país passando por uma crise política sem precedentes, o interesse dos investidores para compra de ativos não arrefeceu, todos os dias recebemos demanda para conhecer ativos”, disse. (Com agências)