São Paulo, 01 - O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) deve subir 0,60% em agosto após ter alta de 0,38% em julho, conforme estimativa do coordenador do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Em junho, o indicador havia caído 0,32%.
Assim como na última quadrissemana de julho, Picchetti afirma que as principais influências altistas virão de energia elétrica, em função da mudança da bandeira amarela para vermelha em agosto, e dos combustíveis, que estão pressionados pelo aumento da alíquota do PIS/Cofins. Além disso, Alimentação também deve ajudar menos na descompressão do IPC-S em agosto, uma vez que a previsão é de que o grupo reduza a deflação e caminhe para estabilidade até o fim do mês.
Na última leitura do mês passado, o aumento de 2,12% dos combustíveis (ante -1,92% na terceira quadrissemana) foi a principal influência de alta, contribuindo com 0,15 ponto porcentual da variação altista de 0,29 ponto do IPC-S entre a terceira e quarta quadrissemanas de julho (0,09% para 0,38%). A energia elétrica contribuiu com mais 0,12 ponto ao subir de 2,24% para 5,95%.
Segundo o coordenador, até o final de agosto, a gasolina deve subir 8%, de 2,61% em julho, e o etanol deve ter alta de 6%, de 1,07% na última leitura do mês passado. Já energia elétrica deve aumentar 3% em agosto.
Assim, como a estimativa de 0,60% é maior do que a taxa apurada em agosto de 2016 (0,32%), o IPC-S vai continuar a caminhar para 4% no fim deste ano, conforme a previsão de Picchetti. Já em julho, o acumulado em 12 meses começou a acelerar, embora levemente, para 3,45%, de 3,44% em junho.
Mas o economista pondera que o cenário inflacionário segue muito tranquilo. Além disso, argumenta que os avanços mais fortes em julho e agosto são efeito de pressões pontuais. Isso pode ser observado ao analisar o resultado do núcleo e do índice de difusão do IPC-S em julho.
O núcleo teve alívio de 0,20% para 0,13% entre junho e julho e a Difusão fechou no mesmo nível do mês passado (51,47%), o mais baixo desde julho de 2013 (49,71%).
"Basicamente, preços administrados foi o único grupo que acelerou no acumulado em 12 meses (7,74% para 10%), o que reforça a interpretação que o IPC-S tem um aumento pontual de itens concentrados nesse mês, finalizou."
(Thaís Barcellos)