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Estado de Minas

Mercosul submete Venezuela a 'suspensão política' do bloco

Acordo inclui cláusula democrática que justificou a suspensão


postado em 05/08/2017 12:40 / atualizado em 05/08/2017 13:05

Ativistas da oposição protestam contra Constituinte de Maduro(foto: RONALDO SCHEMIDT/ AFP)
Ativistas da oposição protestam contra Constituinte de Maduro (foto: RONALDO SCHEMIDT/ AFP)
Em reunião nesta manhã de sábado em São Paulo, representantes do Mercosul - bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - anunciaram a suspensão da Venezuela do bloco econômico. "Desta vez, temos sanção de natureza política. Ainda que ela internalize os acordos e não tenha reestabelecido a democracia, seguirá suspensa", explicou o ministro das relações exteriores, Aloysio Nunes.

Os chanceleres do Mercosul tomaram a decisão com base no Protocolo de Ushuaia. O compromisso assinado em 1998 inclui uma cláusula democrática que levou à suspensão política do país no bloco. Atualmente, o Brasil ocupa a presidência temporária do bloco. O encontro foi realizado na prefeitura de São Paulo, no centro da cidade.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes chegou a antecipar, por meio de sua conta no Twitter, que o Brasil pediria a suspensão da Venezuela do Mercosul. "É intolerável que nós tenhamos no continente sul-americano uma ditadura. Houve uma ruptura da ordem democrática na Venezuela", disse. "E, por consequência, o Brasil vai propor que ela seja suspensa do Mercosul até que a democracia volte.", completou.

Desde abril, a Venezuela vive uma onda de manifestações a favor e contra o governo, muitas delas violentas e que já deixaram cerca de 100 mortos e mais de mil feridos. O governo Maduro deu posse nesta sexta-feira (4) a uma nova Assembleia Nacional Constituinte, que a oposição não aceita. A iniciativa foi criticada pelo Mercosul, bloco do qual a Venezuela também faz parte, mas está suspensa por causa dos conflitos políticos.

Eleita presidente da Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, a governista Delcy Rodríguez convocou para hoje (5) a primeira sessão do poder "plenipotenciário" para iniciar o processo que reformará a Constituição e reordenará o Estado. Delcy também acusou a oposição de espalhar ideias falsas sobre o que acontece no país e garantiu que "na Venezuela não há fome, na Venezuela há vontade aqui não há crise humanitária, aqui há amor".


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