Brasília, 16 - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reagiu à declarações do presidente em exercício do PSDB, Tasso Jereissati, que acusou o governo de ter aumentado a meta fiscal para R$ 159 bilhões para deixar "uma folguinha" para poder liberar emendas para aliados.
Padilha lembrou ainda que o debate sobre qual seria a nova meta a ser fixada "durou mais de uma semana" e "permeou todo o trabalho da equipe econômica juntamente com o presidente (Michel Temer)". "Portanto, não tem folga não. Nós estamos a ajustar."
Na entrevista, Padilha disse esperar que a reforma da Previdência, na Câmara, seja votada até a primeira quinzena de outubro para, depois, seguir para o Senado. Ressalvou, no entanto, que quem define a pauta de votação no Congresso são os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício de Oliveira. "Estamos trabalhando com a hipótese de termos ela aprovada ainda na primeira quinzena de outubro na Câmara e, depois, mandarmos pro Senado", declarou.
Questionado sobre a demissão de aliados que votaram contra o presidente Michel Temer, no processo que o procurador Geral da República queria abrir contra ele, para afastá-lo do cargo, Eliseu Padilha minimizou dizendo que "nós não estamos falando em traidores", e avisou que o governo está estudando "caso a caso".
O ministro não falou, mas a preocupação do Planalto é que houve ministros que votaram a favor da abertura de investigação contra Temer, mas que são a favor das reformas, como a da Previdência, e o governo não pode perder estes votos. Por isso, a decisão de avaliar caso a caso em relação aos infieis.
"Nós estamos vendo caso a caso porque sempre há uma explicação e o presidente Temer faz questão de ele, pessoalmente, orientar o ministro Imbassahy (da Secretaria de Governo), que é o ministro que cuida do setor, para que a gente tenha justiça", comentou Padilha. Para ele, "não há nenhum interesse nisso e nós precisamos contar com a nossa base para as reformas que ainda estão por vir por aí pela frente".
(Tânia Monteiro e Carla Araújo)