Brasília, 17 (AE), 17 - O presidente Michel Temer encaminhou na quarta-feira, 16, ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que defende a legalidade do decreto que reajustou a alíquota de PIS/Cofins sobre combustíveis.
A manifestação da AGU foi feita no âmbito de uma ação ajuizada pelo PT contra decreto de Temer que alterou as alíquotas. A relatora da ação é a ministra Rosa Weber.
O PT alega que o decreto é inconstitucional, sustentando que o aumento de tributos somente pode se dar mediante lei formal - e não por decreto -, exigível somente após decorrido do prazo de noventa dias da sua publicação. O partido pretende suspender os efeitos do decreto de Temer até o julgamento final da ação, com a consequente restauração do valor anteriormente cobrado pelos combustíveis.
Para a AGU, o princípio da legalidade foi respeitado na edição do decreto. Além disso, destaca o órgão, "é certo e incontroverso que, sob o prisma da ordem jurídica, o decreto questionado enquadra-se na categoria de ato normativo dito secundário, situado hierarquicamente em plano inferior às leis que lhe cabe regulamentar, o que inviabiliza o cotejo direto entre ele e a Constituição Federal".
Segundo a AGU, o decreto nº 9.101/2017, "por se tratar de decreto regulamentar, não se sujeita ao controle concentrado de constitucionalidade". "Em sendo assim, a presente ação direta de inconstitucionalidade não deve sequer ser conhecida, por manifesto descabimento", diz o órgão.
(Rafael Moraes Moura e Breno Pires)