(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Crise desfaz preconceitos e feiras de brechós invadem Belo Horizonte

Eventos reúnem desde empreendedores do ramo até pessoas comuns interessadas em vender os próprios desapegos


postado em 18/08/2017 06:00 / atualizado em 18/08/2017 13:54

Feiras em BH estimulam empresas que saíram favorecidas com mudança do comportamento do consumidor (foto: Divulgação)
Feiras em BH estimulam empresas que saíram favorecidas com mudança do comportamento do consumidor (foto: Divulgação)

Houve um tempo em que o comércio de roupas usadas era restrito a consumidores de baixa renda ou a uma pequena parcela descolada da população, em sua maior parte artistas e celebridades, público considerado alternativo.

O preconceito em relação às peças que, por alguns, sempre foram vistas como “grandes achados”, se dava principalmente pelo questionamento “por que comprar peças de segunda mão, se posso pagar por peças novas?”.

Mas a crise econômica que se arrasta no país há pelo menos três anos parece ter mudado esse cenário. Em Belo Horizonte, o número de brechós tem crescido, e para estimular esses novos empreendedores, um segmento surgiu: as feiras de brechós e bazares.

Montadas em locais espaçosos, como ginásios ou grandes galpões, as feiras reúnem desde empreendedores do ramo com loja física até pessoas comuns interessadas em vender os próprios desapegos.

Ao decidir vender os próprios desapegos, a psicóloga Gizelle Diniz percebeu o quanto estava habituada a comprar por impulso(foto: Arquivo pessoal)
Ao decidir vender os próprios desapegos, a psicóloga Gizelle Diniz percebeu o quanto estava habituada a comprar por impulso (foto: Arquivo pessoal)
A forma de pagamento varia de acordo com o vendedor, mas a maioria dos lojistas aceita cartões de débito e crédito. Já os preços das peças, com grande variedade, de roupas, acessórios e até objetos de decoração, podem ser até 70% menores do aqueles encontrados em lojas do comércio tradicional, segundo a organizadora da feira Brechó e Bazar BH, Giovanna Alkimim.

Formada em publicidade e propaganda, Giovanna começou a vender peças de segunda mão pela internet e logo percebeu a aceitação das pessoas. Decidiu aprofundar-se no conceito de consumo sustentável e expandir a oportunidade aberta pelo negócio. Foi assim que nasceu a primeira feira Brechó e Bazar BH. “Diante do momento financeiro em que vivemos, em que todos buscam economia, surgiu a necessidade de um novo hábito de consumo: os brechós”, explicou.

Embora não haja, ainda, dados que confirmem a expansão do setor, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) o comportamento do consumidor, de fato, mudou. Se há alguns anos o atendimento qualificado era o fator que mais atraía um cliente na hora da compra, hoje o que mais atrai é o preço. Pesquisa recente sobre as intenções de compra no Dia dos Pais, por exemplo, mostrou que 67% dos consumidores conferem o valor do produto antes de comprar. Apenas 9,9% das pessoas levam em consideração o bom atendimento.

Foi exatamente o preço baixo que atraiu a psicóloga Gizelle Diniz para os brechós. Frequentadora assídua e admiradora do segmento, ela conta que sempre acompanhou perfis de lojas em redes sociais, sites e matérias sobre o assunto. Unindo o gosto à possibilidade de uma renda extra, ela decidiu expor seus desapegos na última edição de uma feira de brechós da capital. “No decorrer do processo, percebi o quanto estava habituada a comprar por impulso. A organização das peças (para a feira) me fez entender como é comprar de forma consciente e sustentável”, conta.

SUSTENTABILIDADE A preocupação com o meio ambiente e o consumo excessivo é outro ponto-chave responsável pelo crescimento dos brechós na cidade. Grupos com poder aquisitivo, mas que abraçam o conceito de moda sustentável, colaboram tanto como fornecedores quanto como compradores. São pessoas que optam por peças de segunda mão por uma questão ideológica. Para a organizadora da feira Brechó e Bazar BH, a curadoria na hora de escolher os expositores dá segurança para esse tipo de público. “O objetivo é ter peças em excelente estado, ótima qualidade e preço baixo, oferecendo assim uma oportunidade de economia e também de colaboração com o universo sustentável”, explica.

“Hoje sei que contribuo tanto com o meio ambiente, quanto com o meu bolso”, conta a analista de projetos Cristhiany Cruz, entusiasta dos brechós. Ela recorda que, quando criança, era influenciada pela mãe, e mais tarde inspirou-se na cunhada, que, segundo ela, “sempre comprou roupas bonitas, com marca, e preços muito em conta”. Cansada do estilo que tinha no guarda-roupa, decidiu renovar o acervo e praticamente refez o armário depois de ter abandonado o comércio tradicionais e passou a buscar a “segunda via”.

Serviço
Feira Brechó e Bazar BH – Mega Feira Buritis
Data: amanhã
Horário: das 10h às 17h
Local: Rua Manila, 570,
Arena Estrela D’Alva, Buritis

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)