A presença do fundo Advent como um investidor relevante da Estácio tem impulsionado as expectativas do mercado com relação ao futuro da empresa de ensino superior, cuja fusão com a Kroton foi frustrada há quase dois meses. Nas últimas semanas, o fundo comprou 10,48% do capital social da empresa.
Analistas consideram que a história de sucesso da gestora no setor de ensino conta pontos num momento de transformação da segunda maior companhia de educação privada brasileira. O fundo americano foi responsável por transformar a Kroton na líder do setor.
A aposta da empresa no ensino a distância e seu interesse em aquisições - a empresa contratou o BTG Pactual como assessor - também chamou a atenção.
"Com o Advent investindo, aumenta a pressão de resultados. O mercado não duvida que uma resposta da Estácio venha a ser movimento de aquisição forte", diz William Klein, presidente da consultoria especializada em ensino Hoper Educação.
Para Klein, o mercado de aquisições em ensino superior sofre com distorção na percepção de valor, uma vez que vendedores não aceitam ainda os descontos de preço gerados pela crise e a restrição no financiamento estudantil desde 2015. Ainda assim, a Estácio é vista como a companhia que mais teria disposição hoje para uma aquisição de grande porte, justamente porque vem sendo cobrada por melhorias nos resultados e por maior agressividade na expansão.
As últimas mudanças na Estácio levaram bancos a elevar a recomendação para as suas ações. O BTG Pactual e o Itaú BBA passaram a ter uma recomendação de compra para os papéis e a Brasil Plural elevou o preço-alvo.
"Acreditamos que o anúncio de que o Advent aumentou sua participação na companhia deve ser bem recebido dado seu histórico de reestruturação, o que poderia aumentar a qualidade da execução e os vetores de eficiência", escreveu Vinicius Ribeiro, da Brasil Plural. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Dayanne Sousa)