(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Governo de Minas vai ao STF para manter usinas da Cemig

Controlador na Cemig vai ao Supremo para ser incluído na ação da empresa para prorrogar concessão de hidrelétricas


postado em 31/08/2017 06:00 / atualizado em 31/08/2017 09:23

São Simão é uma das quatro unidades de geração de energia da estatal mineira com leilão marcado para 27 de setembro(foto: Cemig/Divulgação)
São Simão é uma das quatro unidades de geração de energia da estatal mineira com leilão marcado para 27 de setembro (foto: Cemig/Divulgação)

Na condição de acionista controlador da Cemig, o estado de Minas Gerais ingressou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de ingresso como assistente no recurso ordinário, sob análise do relator Dias Toffóli, em que a empresa pede a prorrogação por mais 20 anos dos contratos de concessão das usinas de Miranda, Jaguara, Volta Grande e São Simão.

Sem se deter sobre a discussão se o interesse público pode ou não alterar cláusula contratual de uma empresa com a União, – que foi o argumento central da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para negar o direito da Cemig – os procuradores de estado Marco Antônio Romanelli e Roney Luiz Torres Alves da Silva, que assinam o requerimento, sustentam que o interesse público deve ser específico, ou seja, tem de ser para melhorar o sistema elétrico e diminuir o preço dos serviços ao consumidor.

“Ao editar a Medida Provisória 579/2012, transformada na Lei 12783/2013, o governo Dilma não visava o interesse público específico, nem neste momento o governo de Michel Temer, ao mandar a leilão as usinas”, sustentam os procuradores. Segundo eles, no primeiro caso buscou-se baixar a conta de luz em ano pré-eleitoral, que no ano seguinte voltou a ser reajustada e, neste momento, a União pretende não ampliar a eficiência do sistema elétrico com benefícios ao consumidor mineiro, mas reduzir o seu próprio déficit fiscal, anunciado de R$ 159 bilhões para este ano.

O leilão das concessões das usinas de Jaguara, Volta Grande, São Simão e Miranda – que respondem por cerca de 50% da capacidade de geração da Cemig – foi marcado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para 27 de setembro, mas foi liminarmente suspenso em ação popular interposta junto à Justiça Federal, situação que poderá ser revertida a qualquer momento em recurso da Advocacia-Geral da União. Ao mesmo tempo em que Cemig tenta junto ao Supremo modificar o entendimento do STJ que lhe foi desfavorável, procura também uma saída política negociada junto ao governo federal para adquirir as usinas, evitando o leilão. As conversações, contudo, não estão fáceis e interlocutores da Cemig salientam visível má vontade tanto junto aos ministérios das Minas e Energia e da Fazenda, quanto do próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao qual a estatal mineira recorre para tentar levantar os recursos.

Segundo portaria publicada no Diário Oficial da União pelo Ministério de Minas e Energia os quatro empreendimentos serão leiloados separadamente, em quatro lotes distintos, estabelecendo que a outorga se dará mediante pagamento de bonificação. A arrecadação estimada é da ordem de R$ 11 bilhões. A Cemig pretende continuar com as concessões e entende que teria direito à renovação automática por mais vinte anos, no caso das usinas de Jaguara, São Simão e Miranda, conforme cláusula contratual firmada com a União em 1996. Mas em decorrência da Medida Provisória 579, de 11 de setembro de 2012, transformada em lei, o governo Dilma retomou todas as concessões. Sem aceitar que o contrato original fosse atropelado, a Cemig buscou a saída judicial e recentemente perdeu o mandado de segurança junto ao STJ. A Cemig recorreu ao STF e neste momento o governo de Minas pleiteia ser assistente no julgamento.

“Partimos de duas premissas. A primeira é de que a cláusula contratual de prorrogação é automática. E a segunda, de que não há relevante interesse público específico nem na medida provisória de Dilma Rousseff nem nesta decisão do governo federal de mandar a leilão as usinas”, explicaram ontem os procuradores Romanelli e Roney. “Setenta por cento do pagamento por essas concessões que a Cemig teria direito à renovação automática, na prática, vai cair sobre o consumidor cativo. É quase como criar um imposto indireto para bancar essa bonificação de R$ 11 bilhões, que será recuperada em 20 anos, enquanto durar a concessão”, consideraram. Se o Supremo reverter a decisão do STJ, a Cemig retomará as concessões sem a necessidade de pagar pela outorga à União.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)