O alto índice de roubo de carros em Minas Gerais fez com que a procura por seguro automotivo aumentasse 5% no primeiro semestre deste ano. Segundo levantamento da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), entre janeiro e junho os motoristas mineiros desembolsaram um total de R$ 1,4 bilhão para garantir ressarcimento em caso de roubo, furto ou acidente com perda total.
De acordo com dados da Polícia Civil, na capital mineira foram registrados 7.999 roubos e furtos de veículos apenas no primeiro semestre, o que representa quase dois crimes envolvendo carros por hora em BH. Em Minas Gerais, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública, entre janeiro e março deste ano foram 16.639 registros de furtos e 10.300 de roubos.
“O consumidor brasileiro, de forma geral, está mais consciente da necessidade de se proteger contra riscos. As pessoas buscam se precaver de eventos que podem quebrar uma família ou uma empresa de forma repentina. Mesmo no ano passado, em que a recessão foi brava, o mercado de seguradora, não só de veículos, cresceu 9,5%. O setor de automóvel tem acompanhado esse movimento, apesar da contradição com o movimento da indústria automobilística”, avalia o presidente da CNSeg, Marcio Coriolano.
Uma dos milhares de motoristas mineiros que ficaram sem o carro este ano, a maquiadora Luciana Souto teve o carro furtado em Contagem, próximo à Praça da Cemig, e avalia que seguro de carro é quase uma obrigação para quem tem automóvel. “Depois que comprei o carro novo, esperei alguns dias a mais para tirar ele da concessionária para não andar na rua sem seguro. Chegaram a me ligar para que eu fosse buscar o carro, mas pedi para esperar um pouco mais porque o seguro só valia a partir de meia-noite”, conta Luciana.
SEGURO PIRATA O levantamento da CNSeg aponta que Minas Gerais é um dos principais mercados em adesões dos chamados “seguros piratas”, em que associações ou cooperativas vendem seguros de forma ilegal. “Existe uma grande diferença entre o seguro e a proteção veicular. Segundo a Constituição, é permitido que pessoas ou empresas se reúnam para fazer seu próprio seguro, em que eles repartem despesas e receitas, mas a lei não permite que sejam vendidos para pessoas de fora do grupo. Já as seguradoras cumprem várias regras e leis, controladas por órgãos reguladores”, explica Coriolano.
Segundo o presidente da CNSeg, a procura por serviços de proteção veicular pode parecer interessante financeiramente, mas, em muitos casos, pode se transformar em dor de cabeça para os clientes. “Temos percebido o surgimento de empresas em que os consumidores não conhecem o que estão comprando. E só descobrem as condições na hora que mais precisam”, alerta.