Brasília, 15 - Depois de a superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendar a condenação de José Batista Júnior por formação de cartel, o empresário divulgou nota em que nega a prática criminosa e questiona o "timing" da recomendação. "Trata-se de um processo antigo (de 2006), que esteve paralisado na Superintendência Geral do Cade por mais de 7 anos, voltando à tona neste momento de forma infundada e inexplicável", afirma a nota.
Irmão de Joesley e Wesley Batista e conhecido como Júnior Friboi, ele vinha sendo investigado pelo Cade há 11 anos por suspeita de conluio para combinar o preço do boi para abate, em um processo que deriva do "Cartel dos Frigoríficos", condenado em 2007.
Somente agora, porém, a superintendência pediu a condenação de Júnior, em um momento em que os outros dois irmãos estão presos após envolver o próprio Cade em sua delação premiada - em gravações, denunciam o pagamento de propina a um interlocutor do próprio presidente Michel Temer em troca de decisões favoráveis no conselho. O órgão nega que tenha havido qualquer influência da JBS nas decisões do conselho.
Na nota, a assessoria de Júnior Friboi afirma que, ao contrário do que afirma o Cade, ele não participou nem coordenou cartel, "uma vez que sua atuação à frente da JBS, empresa que deixou em 2011, sempre se deu conforme a lei".
"O Cade negou a José Batista Junior o acesso a documentos que o inocentam, mesmo após reiterados pedidos da defesa. Ademais, o Cade não efetuou investigações próprias. O caso foi originado e já devidamente investigado pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República do Estado de Mato Grosso e, com base nos mesmos fatos, foi arquivado pela Justiça Federal daquele Estado há 4 anos", completa o texto
(Lorenna Rodrigues)