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Estado de Minas

Com escassez de chuvas, Aneel determina bandeira vermelha nas contas de energia

Pela primeira vez, o patamar mais alto, R$ 3,50 a cada 100kWh, será adotado


postado em 30/09/2017 00:12 / atualizado em 30/09/2017 08:26

Brasília – O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, anunciou que as contas de luz terão o segundo patamar da bandeira vermelha em outubro. Com a decisão, o consumidor terá um acréscimo de R$ 3,50 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos a partir de domingo, 1º de outubro. Em setembro, vigorou a bandeira amarela, que adiciona R$ 2 a cada 100 kWh consumidos. Essa é a primeira vez que o segundo patamar da bandeira vermelha é acionado desde a criação do sistema. A conta de luz, porém, já teve um adicional mais caro. No primeiro ano em que as bandeiras vigoraram, em 2015, só havia um patamar de bandeira vermelha, e a taxa era de R$ 5,50 a cada 100kWh.

Com a bandeira vermelha em seu segundo patamar, o consumidor deve ter um acréscimo médio de R$ 5,60 em sua conta. Esse custo considera o consumo médio das famílias brasileiras, que é de 160kWh por mês. Aqueles que consomem mais energia terão uma cobrança mais alta. Rufino ressaltou que não há risco de falta de energia, nem de racionamento. “O abastecimento está assegurado, mas terá um custo mais alto”, afirmou Rufino.

Para tentar conter parte desse custo, a Aneel vai iniciar uma campanha nas redes sociais e na TV para estimular a economia de energia. Não haverá meta de redução de consumo. A campanha terá dicas para uso consciente de eletrodomésticos como ferro de passar roupa, ar-condicionado, máquina de lavar roupas e geladeira, entre outros. “O usuário pode contribuir e ter um consumo mais eficiente”, afirmou.

O diretor-geral da Aneel disse que a quantidade de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas foi a menor para meses de setembro de toda a série histórica, iniciada em 1931. “Com os reservatórios em situação crítica, vamos acionar as térmicas mais caras”, disse Rufino. E a situação hídrica tende a se manter no mês que vem, com chuvas abaixo da média histórica contribuindo para o cenário desfavorável para as hidrelétricas do país.

Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que o volume de água que chegará aos reservatórios das usinas da região Sudeste/Centro-Oeste ficará em 79% da média histórica para o mês, o que deve contribuir para uma nova baixa no nível do reservatório ao longo do mês que vem, chegando em 31 de outubro em 19,6%, ante os 24,4% anotados na quinta-feira. As previsões de afluência para as demais regiões são ainda piores.

No Nordeste, que atravessa há anos uma grave seca, a previsão do ONS para a chamada Energia Natural Afluente (ENA) é de 31% da média de longo termo (MLT). Com isso, o nível dos reservatórios deve baixar mais 3,9 pontos percentuais, chegando aos críticos 5,4%. Para o Sul, a estimativa é de ENA em 53% da média histórica, levando o volume de água armazenada na região a baixar dos atuais 37,1% para 35,7%. Já o Norte deve ter afluência em 56% da média histórica, o que acarretará em uma queda de mais de 10 pontos percentuais na Energia Armazenada (EAR), para 22,4%.

Em relação à carga, a projeção do ONS aponta para um crescimento da ordem de 2,5% em outubro, em relação a igual mês do ano passado, no Sistema Interligado Nacional (SIN), para 66.050 MW médios. O subsistema Sudeste/Centro-Oeste, principal centro de carga do País, deve registrar uma carga de 38.759 MW médios, o que corresponde a uma alta de 2,8% frente ao anotado na mesma etapa de 2016, enquanto no Sul a previsão é de 11.178 MW médios, expansão de 7%. No Nordeste, a projeção aponta queda de 3%, a 10 351 MW médios, enquanto para o Norte a expectativa é de elevação de 2,9%, com 5.762 MW médios.

Custo e importação

A térmica mais cara acionada para fornecer energia no mês de outubro será a de Sepé Tiaraju, no Rio Grande do Sul. A energia da usina tem custo de R$ 698 por megawatt-hora (MWh). O segundo patamar da bandeira vermelha é acionado toda vez que o custo de geração da usina mais cara supera o patamar de R$ 610,00 por MWh. Além do acionamento das termelétricas, o governo autorizou a importação de energia de países vizinhos. O Brasil já está recebendo 400 MW médios do Uruguai e há potencial para receber 1 mil MW médios da Argentina. A operação já foi autorizada. “Todas as alternativas estão sendo buscadas para oferecer energia mais barata”, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.

 

As bandeiras

Como funciona o sistema que onera as conta de luz

Verde – Condições favoráveis – sem uso das térmicas, sem custo adicional

Amarela – Condições menos favoráveis – ainda sem uso das térmicas

R$ 2 a cada 100kWh consumidos

Vermelha – Condições desfavoráveis – uso das térmicas – custo mais alto
   
1º nível – R$ 3 a cada 100kWh
2º nível – R$ 3,50 a cada 100kWh
Fonte: Aneel


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