A recuperação da atividade industrial em Minas Gerais ainda não está consolidada. Por um lado, no mês de agosto, a recuperação do setor automotivo apresentou impacto positivo sobre os indicadores ligados à produção – horas trabalhadas e a utilização da capacidade instalada no mês de agosto. Mas por outro lado, o emprego caiu pelo 11o mês consecutivo e o faturamento das indústrias apresentou queda no mês, embora tenha acrescido quando comparado em relação a agosto de 2016.
Impactado negativamente pela agricultura, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas projetado em princípio para 0,76% em 2017 deverá ficar em 0,49%, segundo avaliou Guilherme Veloso Leão. Mas impulsionada pela reação do setor automotivo, as horas trabalhadas na produção cresceram 1,3% em agosto, excluídos os efeitos sazonais. Entre janeiro e agosto de 2017, a variável recuou 1,8% e, nos últimos 12 meses, a queda foi de 2,6%. Também a massa salarial real aumentou 0,7% em agosto, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação com igual mês de 2016, o índice cresceu 1,5%. Nos últimos 12 meses, houve queda de 1,8% na variável, sendo esse o menor recuo observado desde fevereiro de 2015. Também houve aumento do rendimento médio real de 0,3% em agosto em relação a julho, retirados os efeitos sazonais. Entre janeiro e agosto de 2017, a variável cresceu 6,1% e, na análise dos últimos 12 meses, elevou-se em 3,7%.
A utilização da capacidade instalada da indústria mineira permanece, em agosto, abaixo de sua média histórica mensurada desde abril de 2015, de 83,3%. Em agosto, a utilização da capacidade instalada foi de 78,2%, uma oscilação positiva de 0,2 ponto percentual em relação a julho, esta foi de 78% na série dessazonalizada. Entre janeiro a agosto, contudo, o indicador registrou no acumulado 77,9% de uso da capacidade instalada, uma queda de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2016, quando registrou-se 79% da utilização da capacidade instalada.
Quando comparado a julho, o faturamento real da indústria mineira de agosto recuou 1,1%, mantendo, no acumulado dos 12 meses, uma retração de 4,7%, sendo esse, desde maio de 2014, o menor recuo nessa base de comparação. Em relação ao mesmo período de 2016, o faturamento real da indústria mineira cresceu 4%. Já o emprego decresceu 0,2% em agosto, desconsiderando os efeitos sazonais, sendo esse o 11º mês consecutivo de recuo do indicador. O índice acumulado registra queda de 5,7% no ano e de 5,3% nos últimos 12 meses.