Das 212 marcas que participam da 21ª edição da Minas Trend, feira de artigos de moda que antecipa os lançamentos para o inverno’2018, em cartaz no Expominas até amanhã, 65 são grifes de bijuterias com origem em Minas e em diversos estados brasileiros, como Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.
A presença maciça mostra que o segmento nada de braçada na plataforma de negócios, palavra de alguns fabricantes que afirmaram vender até 60% da produção de atacado na feira e esperam ver o volume de negócios realizados no período crescer entre 20% e 30% em comparação à última temporada.
Vale lembrar que a feira, que está completando 10 anos, foi idealizada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e conta com a parceria de sindicatos e da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
O franco desempenho do segmento na plataforma focada em business tem justificativas. Uma delas é o fato de trazer como principal característica a reunião em um mesmo espaço de produtos dos segmentos acessórios, vestuário, calçados e bolsas, o que facilita a logística do comprador, que encontra a mercadoria para abastecer as lojas e oferecer aos clientes uma produção completa. Os participantes também destacam o perfil do público como diferencial.
“A feira é muito significativa para nossa marca, tanto pelos negócios feitos durante a exposição quanto pela prospecção e vendas no pós-evento. Digo, sem dúvidas, que a Minas Trend concentra os melhores clientes do Brasil, proprietários de multimarcas e boutiques sofisticadas”, afirma Nívia Marisguia, sócia e diretora comercial da Claudia Marisguia Bijoux.
Participante da plataforma desde a primeira edição, ela conta que a marca comercializa até 20% da produção de atacado no espaço. “Hoje, estamos em cerca de 600 pontos de venda no país, muitos deles fruto de contatos realizados aqui”, comemora.
A fábrica lança cerca de 200 modelos diferentes na temporada, entre colares, brincos, anéis e pulseiras, e aposta em linha festa direcionada às comemorações de fim de ano para aquecer ainda mais as vendas. Com a estratégia, espera conquistar ainda mais clientes. Os preços das peças no atacado variam de R$ 24 a R$ 140.
“Outro diferencial é apostarmos no trabalho handmade (feito a mão), em que mesclamos inspiração autoral e baseada nas grandes tendências de mercado.”
Design e inovação
Presidente do Sindicato das Indústrias Joalheiras, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias do Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Manoel Bernardes destaca a Minas Trend como a maior feira de bijuterias do Brasil.
“Além do título, é a mais diversa e que concentra produtos de qualidade, todos fabricados no país. Não há importados, o que objetiva valorizar a criatividade e o design brasileiros, como foi demonstrado em desfile realizado no evento com a participação de seis grifes locais, incluindo novos talentos. Nem todo mundo sabe, mas designers de Minas Gerais têm ganho 50% de todos os prêmios na área”.
Bernardes não apresenta números, mas acredita que até amanhã os negócios realizados na feira superem as expectativas. “Acreditamos em um crescimento de volume de vendas significativo, já que tanto o fabricante quanto os empresários estão otimistas com a recuperação da economia. Prova vem do crescimento de 15% no número de expositores, o que indica um maior grau de confiança no futuro”, justifica.
Mineira radicada em São Paulo, a designer Cláudia Arbex, proprietária de grife de mesmo nome, é ainda mais otimista. “Sinto a economia melhorando e minha expectativa é abrir clientes novos e crescer pelo menos entre 20% e 30% em relação ao ano passado. E falo de números reais, já que meu varejo cresceu 40% de lá pra cá, o que reflete no atacado.” A designer revela ainda que realiza 60% das vendas de atacado da marca na Minas Trend.
A clientela internacional também faz negócios na feira, como destaca Renata de Barbosa Fontan Barros, designer e sócia da marca Caleidoscópio, sediada em Maceió (AL). “Temos 20 anos de mercado, participamos da Minas Trend desde a segunda edição e negociamos de 40% a 50% da nossa produção destinada ao atacado na feira, inclusive para clientes do exterior”.
Logo no primeiro dia, ela comemora o desempenho no salão de negócios. “Recebemos um grupo da Espanha e um cliente da Austrália, que já fechou pedido”, disse Renata, acrescentando que a grife exporta para 17 países. “A Minas Trend é o evento mais importante para a nossa marca, onde realizamos muitos dos negócios envolvendo os mais de 200 pontos de venda em que atuamos no país e lá fora. Para esta edição, esperamos crescer de 10% a 15% em relação ao inverno de 2017”.