O senador Antonio Anastasia (PSDB) usou a tribuna do Senado, na tarde desta quarta-feira, para criticar a portaria publicada nesta quarta-feira, pelo governo federal, que permitirá a volta da operação de voos de grande porte no Aeroporto da Pampulha.
"Isso é muito grave, porque significará que, na medida em que não temos em Belo Horizonte ainda movimento aéreo suficiente para sustentar dois aeroportos, levaremos à precariedade de tudo aquilo que foi objeto de um rigoroso trabalho de planejamento para dotar Minas de um aeroporto de porte internacional, como hoje é Confins. Perderemos as conexões internacionais. Perderemos, certamente, muitos voos que partem de Belo Horizonte para outras regiões do Brasil. São graves as consequências desse ato, a meu ver, tomado de maneira completamente desatinada", discursou.
O mineiro também se manifestou contra o documento pelas redes sociais.
Em sua conta no Twitter, o senador afirmou que o governo adotou uma medida muito “danosa” para Minas Gerais e o acusou de romper o contrato com a concessionária que administra o Aeroporto de Confins, a BH Airport.
“Todo o planejamento realizado em Confins nos últimos 20 anos foi colocado em risco. Não há volume de demanda para sustentar dois aeroportos”, escreveu Anastasia.
Embora o contrato formal não destaque nenhuma cláusula garantindo que a Pampulha não operaria aviões a jato – aqueles maiores, com capacidade mínima para transportar 110 passageiros –, a BH Airport sempre argumentou que houve um entendimento com os governos estadual e federal de que o aeroporto de Belo Horizonte seria mantido apenas com voos executivos e regionais, com modelos ATR, para até 72 passageiros.
O senador afirmou ainda que não há justificativa técnica para a operação dos voos, já que o aeroporto está localizado em área “densamente povoada, inadequada para voos de grande porte”.