Rio, 31 - A liberação do saldo da Conta de Energia de Reserva (Coner) para reduzir o impacto financeiro do aumento do custo de energia para as distribuidoras é positivo, mas insuficiente, afirmou nesta terça-feira, 31, o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite.
"A medida é positiva, é boa, mas não são suficiente", disse Leite, após dar palestra em seminário sobre a matriz energética, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.
Mais cedo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou as distribuidoras a acessarem o saldo da Coner, hoje em R$ 1,124 bilhão. Segundo Leite, o próximo passo será a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) fazer o cálculo do quanto cada empresa terá de pagar pelo custo mais caro de termelétricas, descontados os recursos da Coner.
O rateio deverá seguir o mesmo usado na divisão da conta das bandeiras tarifárias, afirmou o presidente da Abradee.
As distribuidoras também falaram em revisão tarifária extraordinária, uso do saldo positivo da conta-ACR, que recolhe recursos para o pagamento do empréstimo de R$ 21 bilhões feito a essas companhias em 2014, adiamento das datas de pagamento da energia no mercado de curto prazo e parcelamento dessas dívidas. Esses pedidos foram negados pela Aneel.
Segundo Leite, as distribuidoras poderão agora pedir individualmente a revisão tarifária extraordinária. A saída de parcelar o pagamento da energia no mercado de curto prazo em 90 dias ainda está em estudo, afirmou Leite, porque essa decisão caberia à CCEE.
(Vinicius Neder)