O fim de ano é considerado a principal data para o comércio. Além de deixar feliz quem vai receber presentes, a data representa aquecimento para economia e abre sorrisos nos empresários e consumidores.
É oportunidade também para que alguns desempregados de Belo Horizonte – do universo de 191 mil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) -, consigam deixar as estatísticas.
Pesquisa feita pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) mostra que 27,1% dos empresários pretende contratar para reforçar as equipes de venda. O levantamento mostra ainda que o setor de comércio de calçados e acessórios é o que deve abrir mais postos de trabalho e que 78,6% das oportunidades são para vendedor.
De acordo com a CDL/BH, que ouviu 200 empresários entre os dias 3 e 21 de outubro na capital e região metropolitana, as lojas calçadistas e de acessórios serão responsáveis por 52,5% do total de contratações.
Os tímidos sinais de melhora na economia fizeram com que a porcentagem de comerciantes que pretendem ampliar as equipes saíssem dos 5,5% em 2016, para o nível de pouco mais de 27% medido neste ano. Apesar disso, a maioria das empresas (17,1%) espera que escala de contratações será na mesma medida do ano passado.
Outro aspecto é que o número médio de vagas também saltou de 1,3 funcionário no ano passado, para cerca de 3,6 em 2017. A maior parte dos empresários ouvidos na pesquisa (42,4%), no entanto, deve agregar de dois a quatro colaboradores à equipe.
“Com a melhora dos indicadores econômicos e pequena redução do desemprego, as pessoas estão voltando a consumir mais. Todas as datas comemorativas deste ano já apresentaram resultados positivos, por isso, a perspectiva é que as vendas aumentem no Natal, o que justifica o crescimento do número de empresas que irão contratar”, esclarece Bruno Falci, presidente da CDL/BH.
Apesar disso, a intenção dos consumidores da capital, em sua maioria, e de usar a maior parte do 13º salário – previsto para começar a cair nas contas no final deste mês -, para pagar dívida, segundo levantamento divulgado na segunda-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), vinculada à UFMG.
Mas o levantamento também mostra que a intenção de fazer compras de Natal saiu da sétima posição no ano passado, para a terceira em 2017.
Mesmo com o aumento do número de empresas que devem contratar, a maior parte dos comerciantes da capital – 68,2% deles -, não deve contratar temporários. O levantamento apurou ainda que 68,2% considera que o quadro atual da empresa atende a demanda da clientela.
Há outras justificativas para a não contratação: “redução dos gastos (14,1%); queda nas vendas (13,2%); cenário econômico ruim (6,3%); loja pequena, vai depender da demanda e não responderam com 1,1% das respostas. Entre as empresas que não vão contratar temporários, a maior parte (73,2%) são microempresas (até nove funcionários).
Dificuldades na contratação
Apesar da melhora na taxa dos que pretendem contratar, os empresários reclamam das dificuldades em conseguir funcionários que preencham os pré-requisitos exigidos. Para 37,6% dos entrevistados na pesquisa da CDL/BH, a falta de profissionalismo e responsabilidades são os principais empecilhos na hora da contratação.
Na sequência aparecem, a falta de experiência (29,4%); falta de capacitação dos candidatos (6,5%); processo seletivo (3,6%); custos e disponibilidade dos candidatos, ambos com 2,9%
Como as vagas serão preenchidas
Indicação – 50,3%Cartazes nas lojas – 11,5%
Sites de empregos – 10,4%
Boca a boca – 10,4%
Redes Sociais – 8,1%
Agências de empregos – 4,7%
Shopping e site da CDL/BH – 2,3%
Perfil solicitado
Maiores de 18 anos
Disponibilidade de horário (incluindo fins de semana)
Ensino Médio completo
Boa comunicação
Simpatia e boa apresentação
Experiência é considerado diferencial