Da Pampulha direto para Brasília, Rio, Vitória, São Paulo (Congonhas) e Goiânia. Essas foram as rotas de voo mais requisitadas pelas companhias aéreas interessadas em operar no Aeroporto da Pampulha. O horário mais cobiçado foi o das 9h da manhã.
Para começar a operar, as empresas precisam requisitar ainda a aprovação do voo junto à agência. Isso pode ocorrer antes do início do verão, em dezembro.
Segundo a Anac, a Avianca, Gol e Azul corresponderão pela maior parte das operações no Aeroporto da Pampulha. A Pampulha vai ter capacidade para embarcar 300 passageiros e desembarcar 360 passageiros por hora.
A Avianca vai deter o maior número de movimentações, com 22% de um total de 574 movimentações semanais no aeroporto. A companhia terá participação sobre 25% das passagens ofertadas.
Gol e Azul controlarão um quinto dos voos (20%) cada uma, sendo que a Gol terá participação de 26% dos assentos e a Azul, 20%. Segundo levantamento da Anac, as rotas mais demandadas foram Brasília, Rio (Santos Dumont), Vitória, Congonhas e Goiânia.
As rotas ainda podem ser alteradas pelas empresas. Para iniciar as atividades, as empresas dependem ainda da aprovação dos horários de partida e chegada.
O terminal está habilitado a funcionar em todos os dias, 24 horas por dia, antes mesmo deste verão. A Anac esclarece que as empresas poderão iniciar as operações conforme o interesse comercial de cada uma.
De acordo com a agência, Há 11 posições de estacionamento de aeronaves em voos comerciais, sendo quatro para aeronaves de maior porte, como Airbus 319 ou o Boeing 737.
Segundo a agência, a definição do regime de rodízio entre as empresas interessadas levou em consideração critérios como o tipo de aeronave com que cada uma opera e a participação da empresa antes da restrição a voos de grande porte na Pampulha.
A Avianca não adianta detalhes dos voos e informa que está sempre “avaliando possibilidades que agreguem resultados ao negócio e benefícios aos clientes”. A Gol informou que, diante do anúncio, está analisando as possibilidades de operação de voos. O Estado de Minas entrou em contato, sem sucesso, com a Azul.
A Anac ressalta que ainda pode haver mudança na programação de voos. Isso porque o aeroporto, administrado pela Infraero, está em processo de certificação junto à agência. “A depender dos resultados de movimentação/hora podem ser alterados. Caso não ocorra a certificação, a Latam não poderá solicitar a aprovação de voos e o número de operações deverá ser limitado a 310 movimentos semanais. A atual alocação é de 574 movimentos semanais”, informa.
Disputa
Desde 2005, quando os voos de grandes jatos foram transferidos para Confins, o Aeroporto da Pampulha recebe aviões com capacidade máxima de 72 passageiros.
Atualmente, a principal atividade do terminal contemplava voos previstos no Projeto de Integração Aérea Regional (Pirma), que ligam 17 municípios mineiros a Belo Horizonte, por meio de aeronaves de pequeno porte.
O projeto foi lançado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). Batizada de Voe Minas Gerais, a iniciativa ajudou a aumentar o movimento do terminal, depois do encerramento das atividades da Azul na Pampulha.
A concessionária BH Airport, que administra o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana, entrou com ação na semana passada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar barrar a retomada de voos domésticos nacionais na Pampulha.
A principal reclamação é que a concorrência levaria ao enfraquecimento de toda a malha aérea de Confins. Ainda não há posicionamento da Justiça sobre o pedido de liminar.
Entenda o caso
A Portaria 911 revoga outra de maio de 2017, que impedia os voos comerciais no aeroporto.
O texto também atribui à Infraero a exploração do terminal da Pampulha.
O ato foi assinado pelo ministro dos Transportes em exercício Fernando Fortes Merlo Filho.
A portaria foi assinada pelo ministro interino, já que o titular da pasta, Maurício Quintella, foi exonerado para dar mais um voto a favor de Temer na Câmara dos Deputados.
A BH Airport, concessionária que administra o aeroporto de Confins, entrou com ação para tentar barrar a retomada de voos na Pampulha. No mandado de segurança, a concessionária pede a suspensão da Portaria 911.
Ainda não há posicionamento da Justiça sobre o pedido de liminar.