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Estado de Minas

Marca Humberto Abrão permanece mesmo com venda para Hermes Pardini

Laboratório adquirido pelo concorrente segue com a mesma estrutura e atendimento a clientes


postado em 20/11/2017 06:00 / atualizado em 20/11/2017 08:35

Flávia Fernandes, gestora do Humberto Abrão, e Roberto Santoro, do Pardini, que prevê ampliação do laboratório(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Flávia Fernandes, gestora do Humberto Abrão, e Roberto Santoro, do Pardini, que prevê ampliação do laboratório (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Recém-adquirido pelo Grupo Hermes Pardini, o Laboratório Humberto Abrão, marca tradicional de Belo Horizonte, vai continuar com a mesma estrutura de funcionamento e política de relacionamento com os clientes que o consolidou num segmento diferenciado de mercado, do tipo premium. “Manteremos nome, todo o modelo de gestão, atendimento, hospitalidade e a forma de relacionamento entre médicos e clientes. É uma empresa sólida, respeitada, com notáveis práticas de acolhimento e produção. Por isso, vamos permanecer com as principais lideranças e assessoria médica, assim como manter os processos de atendimento ao cliente”, assinala o diretor-presidente do Grupo Hermes Pardini, Roberto Santoro.

“O cliente não verá mudança. Pelo contrário, poderá ver a ampliação de serviços, como a oferta de vacinas e todo o universo de tecnologia que, com a sinergia, poderá ampliar o modelo de atuação da marca Humberto Abrão”, acrescenta o executivo do Pardini. A compra do Laboratório Humberto Abrão foi anunciada na segunda-feira por R$ 37 milhões, numa operação realizada com recursos próprios, segundo comunicado do Grupo Hermes Pardini enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Fundado em 1977, o laboratório tem cinco unidades de atendimento na capital mineira. Obteve no ano passado faturamento de R$ 19,4 milhões, tendo realizado 1 milhão e 300 mil exames em 107 mil atendimentos.

O Laboratório Humberto Abrão foi a segunda aquisição do Grupo Hermes Pardini num intervalo de 15 dias. A primeira foi a Ecoar Medicina Diagnóstica, empresa com foco em exames de imagem, que está no mercado há 30 anos. Sua atuação se dá por meio de três unidades de atendimento, das quais duas em Belo Horizonte e uma em Contagem, e a receita apurada em 2016 somou R$ 22,6 milhões.

Enquanto no caso do Laboratório Humberto Abrão a diretora-geral Flávia Fernandes, que trabalha há 30 anos na empresa, continuará responsável pela operação; na Ecoar, o fundador Fernando Santana Machado permanecerá responsável pela diretoria técnica. Segundo o presidente do grupo Pardini, a aquisição das duas empresas integra a estratégia da companhia para consolidar-se como referência em multimarcas e multimercados. “As duas marcas têm nichos de atuação muito específicos e trarão mais completude às atividades do grupo”, afirma.

CAPITAL ABERTO Com faturamento de R$ 971 milhões e 70 milhões de exames realizados no ano passado, o Hermes Pardini está entre os três maiores no segmento de medicina laboratorial e diagnóstica do país. Em fevereiro, o grupo abriu seu capital na Bolsa, numa operação que movimentou R$ 877 milhões, a maior parte destinada a saldar compromisso com a Gávea Investimentos, que deixou a sociedade cinco anos depois de ter feito um aporte de recursos em troca de parcela minoritária das ações da empresa.

No terceiro trimestre do ano, o grupo registrou lucro líquido de R$ 37,3 milhões, 15,4% superior àquele do mesmo período de 2016, tendo acumulado ganho de R$ 100,2 milhões entre janeiro e setembro último. A receita bruta trimestral, de R$ 316,6 milhões, cresceu 24,5% e o chamado Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) alcançou de
R$ 69,5 milhões.

Perfil

Raio X do laboratório Humberto Abrão/2016
• 5 unidades em BH
• 1,3 milhão de exames
• 107 mil atendimentos
• Faturamento de R$ 19,4 milhões
• Fundação em 1977

Aposta em retomada


Embora o setor de medicina laboratorial e de diagnósticos seja muito afetado pelo desemprego e pela renda, porque cerca de 80% dos planos de saúde são custeados pelas empresas empregadoras, Roberto Santoro mantém expectativa de crescimento do setor, sobretudo a partir do segundo semestre do ano que vem, quando acredita, haverá maior crescimento da economia e melhor desempenho nas taxas de emprego. “Quando há perda de emprego e de renda, há perda da cobertura privada. Por isso, de maneira geral, o consumo da área de saúde privada caiu. Mas esse é um setor mais resiliente e apresenta rápida recuperação”, considera o executivo. Ele observa ser crescente a necessidade por serviços de saúde, principalmente em decorrência da maior expectativa de vida e do envelhecimento da população, aliados à melhoria no cuidado com a saúde.

Fundado em 1959 pelo endocrinologista Hermes Pardini, o grupo passa a ter, com a aquisição do Humberto Abrão, nove marcas de medicina diagnóstica em todo o país, das quais, Hermes Pardini, Laboratório Humberto Abrão, Ecoar, Biocod e Cemedi com atuação em Minas Gerais. Além do atendimento em 121 unidades em Minas, São Paulo, Rio e Goiás, o grupo atua no segmento lab-to-lab, atendendo a cerca de 5.500 laboratórios em 1.800 municípios brasileiros, tendo desenvolvido toda uma estrutura e logística para o transporte de amostras.

Diferentemente das marcas Hermes Pardini, às quais se juntam agora Humberto Abrão e Ecoar, no atendimento lab-to-lab, segmento em que o grupo é líder nacional, os laboratórios assistidos são independentes e fazem os testes rotineiros. Contudo, os exames especializados e de alta complexidade em análises clínicas e genética, são realizados pelo Hermes Pardini. “Temos estruturada uma grande operação logística nacional, com muito conhecimento adquirido através dos anos para garantir a cadeia de frios para trazer as amostras refrigeradas”, assinala Roberto Santoro, lembrando que são mais de 100 bases logísticas em todo o país para atender às diversas rotas. (BM)


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