O Ministério Público de Minas Gerais deflagrou hoje em Juiz de Fora, na Zona da Mata, uma operação para combater um esquema de sonegação fiscal em uma rede de óticas e equipamentos de áudio e vídeo. Batizada de Armação, a operação apura a suspeita de venda de óculos, lentes e armações sem procedência comprovada no comércio da cidade.
De acordo com informações do MPMG, a Óticas Kika estaria comercializando óculos adquiridos no estado do Rio de Janeiro e guardados em um sítio na região de Matias Barbosa, também na Zona da Mata, sem nota fiscal.
A Secretaria Estadual de Fazenda já teria apurado que, nos anos de 2015 e 2016, foram comercializados centenas de óculos sem que a empresa comprovasse com notas fiscais a aquisição, o que teria resultado em uma sonegação fiscal superior a um milhão de reais, além de prejuízos diretos ao consumidor, informa o MPMG.
Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de sonegação fiscal e organização criminosa. Em caso de condenação, as penas podem chegar a 10 anos de reclusão.
Na operação desta manhã, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Juiz de Fora e Matias Barbosa.
Todas as lojas do grupo foram objeto de busca e apreensão para contagem física de produtos e verificação de origem.
O MPMG não deu mais detalhes sobre o caso, mas segundo apurou a reportagem a revendedora tem pelo menos três lojas em Juiz de Fora e é alvo de um processo movido pelo fisco na Justiça Mineira.
Outro lado
Em nota, a Óticas Kika negou que comercialize produtos sem a nota fiscal, ainda de acordo com a empresa, a acusação é “descabida” e que sempre se colocou à disposição das autoridades para os esclarecimentos.
“A acusação é de que a empresa compra óculos de sol e de grau e lentes de contato no estado do Rio de Janeiro e revende sem nota em Juiz de Fora. Isto não é verdade, a óticas Kika compra 100% das suas mercadorias com notas fiscais diretamente dos fabricantes”, afirma a rede. A empresa afirma ainda que segue funcionando normalmente.