A estatal anunciou para hoje remarcação de 8,9%, na média, do botijão de 13 quilos no atacado. Com a série de aumentos neste ano, o botijão já acumula alta de 17,7% de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
Ainda segundo o órgão regulador, o preço médio pago pelo consumidor subiu de R$ 55,74 na primeira semana de janeiro para R$ 65,64 na semana encerrada no último sábado. Como os combustíveis, os preços do GLP passaram a ser revisados todo mês pela Petrobras.
A estatal anunciou seis aumentos de preços e uma redução desde junho.
O aumento, de acordo com a estatal do petróleo, se deve principalmente à alta das cotações do produto nos mercados internacionais, que acompanha a elevação do preço do Brent, (petróleo cru), que indica a origem do óleo e o mercado onde ele é negociado.
O percentual anunciado de remarcação do gás de cozinha leva em contra preços praticados sem incidência de tributos. Uma vez integralmente repassado ao consumidor, a Petrobras estima que o preço do botijão de gás de cozinha de 13 kg deve encarecer, em média, 4%, ou cerca de R$ 2,53 por botijão. O raciocínio vale sendo mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou, por meio de nota, que o reajuste deverá girar entre 7,3% e 9,9%, com base no polo de suprimento do insumo. A instituição destacou que o ajuste anunciado deixa o preço praticado pela Petrobras para os botijões de até 13 quilos cerca de 1,3% abaixo do preço de paridade internacional.
A alteração atual não se aplica ao GLP destinado a uso industrial/comercial. “Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores”, informou a estatal.
Mais inflação
O reajuste do gás de cozinha deverá repercutir na inflação de dezembro, depois de o consumidor já ter sofrido com variação positiva dos preços em novembro. Em Belo Horizonte, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que retrata os gastos das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, subiu 0,13% em novembro, acumulando alta de 3,32% neste ano e de 3,81% nos últimos 12 meses, informou ontem a Fundação Ipead, vinculado à UFMG.
Para as famílias com renda entre um e cinco salários mínimos, a inflação foi de 0,25% no mês passado, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR). A alimentação em restaurante encareceu 2,27%, liderando os aumentos observados na apuração do IPCA. Na direção oposta, houve queda de 2,59% dos preços dos alimentos in natura (arroz e leite, basicamente) e de 2,42% nos preços de vestuário e complementos.
Entre os produtos que se destacaram no IPCA, a tarifa de energia elétrica liderou as variações positivas de novembro, com elevação média de 3,3%. Em contrapartida, os preços de excursões, com queda de 3,86%, em média, ajudaram a segurar o índice de inflação do mês passado.
O custo da cesta básica em BH caiu 0,81% em novembro, na comparação com o mês anterior. A banana caturra foi a principal responsável por essa redução. Os preços da fruta caíram 10,40%, e média, no mês passado. O valor da cesta foi de R$ 381,02 em novembro.