Os investimentos do governo federal foram os mais afetados na peça orçamentária de 2018, que está no Congresso Nacional, e devem atingir os negócios no próximo ano. Valores destinados para a área de infraestrutura sofreram reduções expressivas. O caso mais dramático é o do Ministério das Cidades, responsável pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha casa, minha vida, que teve seus recursos cortados em 99,8% – ou seja, quase nada sobrou. Os investimentos do PAC foram os mais impactados, com enxugamentos da ordem de R$ 18 bilhões.
Outras áreas importantes também sofreram perdas. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações verá sua verba encolher 35% em 2018 na comparação com o ano anterior. No Ministério das Minas e Energia, a redução será de 26,4%. A medida provocará estragos. Devido ao gargalo orçamentário, pode faltar urânio para abastecer as usinas nucleares de Angra, alerta a diretoria da Eletronuclear. Apenas o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil perderá, sozinho, R$ 10 bilhões em 2018.Para o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (DNIT), responsável pelas rodovias federais, as alocações de R$ 8,1 bilhões em 2017 foram reduzidas para R$ 6,1 bi. Já as despesas para o saneamento básico, área essencial da saúde pública, irão encolher de R$ 1,4 bilhão para R$ 16,5 milhões no próximo ano. No Ministério da Saúde, de R$ 3,3 bilhões para R$ 3 milhões. No Ministério da Educação, antes com verba de R$ 5 bilhões, a previsão é de R$ 3,2 bilhões no ano que vem. No total, os investimentos da União vão cair de R$ 129,1 bilhões, em 2017, para R$ 98,6 bilhões no próximo ano, o que significa uma redução de 24%.