Motoristas de Belo Horizonte e região metropolitana são conduzidos a uma verdadeira via sacra pelos postos de combustíveis, na manhã deste sábado. Enquanto o fornecimento não se normaliza devido à greve promovida pelos transportadores do produto e finalizada na noite dessa sexta-feira – a expectativa é que a situação regularize até o início da tarde –, o jeito é bater de porta em porta, ou de “bomba em bomba”, conforme faz Jardini Nazaré, morador de São José da Lapa, a 28 quilômetros da capital.
“Este é o quinto posto que vou. Se não tiver gasolina, vou ter que encostar o carro e ficar por aqui mesmo,, pois o tanque está na reserva”, afirmou Jardini, ao parar num posto da Avenida Bias, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de BH.
O magistrado aposentado Paulo Mendes, morador do Bairro Santa Efigênia, foi a dois postos até chegar, com alguma esperança de conseguir abastecer, ao Posto Duas Pátrias, na esquina das ruas Piauí e Álvares Maciel. “O tanque está com um pouco ainda, dá para rodar”, afirmou Mendes.
No mesmo posto, o taxista Heli Epifânio, há 29 anos no ofício, também lamentava a situação. “Abasteço sempre aqui, mas hoje está difícil. Vou ver o que consigo, do contrário, volto para casa”, disse. No posto, só há, nesta manhã de sábado, óleo diesel, explicou o gerente Jefferson Vieira de Souza, que pôs dois cones numa das entradas do posto para sinalizar que gasolina e etanos estão em falta.
GREVE Os tanqueiros pararam, de acordo com o Sindicato dos Transportadoras de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque), em protesto contra a carga elevada de impostos sobre os combustíveis. Essa despesa pesa no custo do transporte de carga em geral. de acordo com o sindicato, toda a categoria aderiu à paralisação, que afeta também os aeroportos.
Os caminhoneiros pararam de trabalhar, sem fazer qualquer manifestação ou bloqueio de vias. O sindicato espera que o governo federal e também o mineiro desistam dos aumentos das alíquotas sobre o combustível.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) informou que conta com apoio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e das forças de segurança dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais “para que se cumpra a ordem judicial concedida e garanta a normalidade do abastecimento”. (Com informações de Mateus Parreiras, Elian Guimarães e Guilherme Paranaíba)