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Estado de Minas

Para Ethos, infraestrutura foi atingida por 'tsunami', mas surgiram oportunidades


postado em 13/12/2017 14:31

São Paulo, 13 - O setor de infraestrutura no Brasil foi atingido por um "tsunami" com a crise econômica que atingiu o País nos últimos anos e com os esquemas descobertos pela Operação Lava Jato, mas os eventos não são necessariamente negativos. A afirmação foi feita pelo diretor presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, na abertura do "Fórum Estadão - Infraestrutura: Investimentos e geração de empregos", nesta quarta-feira, 13, em São Paulo.

Na sua avaliação, o ajuste pode se provar "positivo do ponto de vista de gerar oportunidades e construir novos processos", além de promover maior transparência entre as relações público-privadas. "Neste momento, temos grandes desafios. É necessário rever, revisitar, proporcionar uma profunda autocrítica de como podemos criar uma nova relação público-privada, baseada na integridade e transparência", declarou Magri.

A repercussão gerada pela crise econômica e investigações anticorrupção, como a Operação Lava Jato, impôs melhorias ao setor. "Só é possível transformarmos as antigas práticas, antigos modelos de negócios, se houver um avanço setorial. A boa notícia, que precisa ser comemorada, é de que as principais empresas do setor estão se transformando", apontou.

Segundo ele, os mecanismos internos de integridade das empresas evoluíram e adquiriram independência nas companhias. "As mudanças nas empresas são importantes, mas o mercado precisa mudar", reforçou.

O presidente do Ethos ainda completou que é preciso modificar também a integridade que rege as instituições brasileiras. De acordo com Magri, a criação de um novo modelo de relação público-privada baseada na integridade e transparência é um desafio para 2018 e fundamental nesse momento de retomada econômica. Magri também citou a questão política e eleitoral. "É preciso pensar em melhor escolha dos eleitos. Uma reforma política profunda ajudaria."

Além disso, Magri afirmou que o Ethos propõe a criação de um Plano Nacional de Integridade com três tipos de medidas: reformas institucionais, ações para agravar o custo da corrupção e de prevenção.

Ele citou, por exemplo, que são necessárias medidas para que o Estado responda por suas responsabilidades, de alteração do processo penal e revisão das normas de licitação e contas públicas, de regulamentação do lobby e de ampliação de estímulos à atividade empresarial.

(Caio Rinaldi, Thaís Barcellos e Letícia Fucuchima)


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