Brasília, 21 - A concessionária Rio Galeão, que administra o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, conseguiu fechar as operações de sua composição societária, com a venda de participação da Odebrecht Transport para a Changi Airports International (CAI), de Singapura. A Changi passa a deter a totalidade do capital privado da operação, com 51% do total da concessionária, em parceria com a Infraero, que manteve sua fatia de 49%. O valor da transação não foi divulgado pelas empresas.
Segundo a empresa, nesta semana, todas as obrigações contratuais foram cumpridas, com o pagamento de R$ 2,5 bilhões atrelados ao pagamento de 2017 e à antecipação das outorgas de 2018, 2019 e parte de 2020, que será complementada em junho de 2018 com mais R$ 1 bilhão, conforme reprogramação dos pagamentos aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil.
O valor total da outorga do Galeão a ser pago pela empresa é de R$ 19 bilhões, em parcelamentos anuais que vão até 2039. De acordo com a empresa, as mudanças asseguram a viabilidade do lance ofertado pelo aeroporto em 2013, "que permanece com o mesmo valor e será rigorosamente cumprido".
"A situação está resolvida com uma sólida participação privada. Não poderíamos ter uma solução melhor. É uma demonstração de confiança no País e no aeroporto do Galeão", disse Luiz Rocha, presidente da concessionária Rio Galeão.
A reestruturação da sociedade envolve ainda a aprovação de um empréstimo pelo BNDES no valor de R$ 1,6 bilhão. Segundo a Rio Galeão, a reprogramação de pagamentos, atrelada à liberação do empréstimo de longo prazo e à conclusão da reestruturação societária "asseguram a sustentabilidade definitiva do negócio". O Galeão movimenta cerca de 16,4 milhões de passageiros por ano.
A aquisição pela Changi foi negociada nas últimas duas semanas, disse Rocha. A entrada no Galeão marca a chegada da Changi no País, empresa que já sinalizou interesse em avaliar outros aeroportos no Brasil. A empresa opera o aeroporto Changi em Cingapura, sexto aeroporto mais movimentado do mundo. O grupo atua como operador, consultor e investidor em mais de 50 aeroportos localizados em 20 países.
(André Borges)