Brasília, 08 - Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente suas projeções para o IPCA - o índice oficial de preços - para 2017 e 2018. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 8, pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA no ano passado foi de 2,78% para 2,79%. Há um mês, estava em 2,88%. Já a projeção para o índice de 2018 passou de 3,96% para 3,95%, ante 4,02% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado agora divulgadas no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique levemente abaixo do piso da meta, de 3%, em 2017. O centro da meta para o ano passado e 2018 é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação de 3,0% a 6,0%).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará na quarta-feira (10) o IPCA de dezembro e do acumulado do ano de 2017. Caso seja confirmada uma inflação abaixo dos 3%, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, precisará escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para justificar o fato de o IPCA não ter ficado dentro da meta.
Em dezembro de 2017, o Banco Central atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), suas projeções para o IPCA: 2,8% em 2017, 4,2% em 2018, 4,2% em 2019 e 4,1% em 2020. Estes cálculos do BC levam em conta câmbio e juros variáveis, conforme as projeções do Focus.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 no Focus permaneceu em 2,78%. Portanto, estas casas também preveem que o BC não cumprirá a meta, já que a inflação ficará abaixo do piso de 3%. Para 2018, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,72%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,78% e 4,04%, respectivamente.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 3,90% para 3,93% de uma semana para outra - há um mês, estava em 3,91%.
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para dezembro de 2017 foi de 0,28% para 0,29%. Um mês antes, estava em 0,37%. No caso de janeiro, a projeção foi de 0,42% para 0,39%, ante 0,48% de quatro semanas antes. No RTI, o BC também atualizou suas projeções de inflação de curto prazo: +0,29% em dezembro, +0,53% em janeiro e +0,47% em fevereiro.
Preços administrados
O Relatório Focus também indicou elevação na projeção para os preços administrados em 2017. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador no ano passado foi de alta de 7,88% para avanço de 7,90%. Para 2018, a mediana foi de 5,00% para 4,95%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 7,85% para os preços administrados em 2017 e elevação de 4,90% em 2018.
As projeções atuais do BC para os preços administrados indicam elevações de 8% em 2017, 4,9% em 2018, 4,3% em 2019 e 4,2% em 2020. Estes porcentuais foram atualizados no Relatório Trimestral de Inflação divulgado em dezembro.
Outros índices
As projeções do Focus para o IGP-DI de 2018 seguiu em 4,44%. Há um mês, estava em 4,50%. No caso de 2017, o IGP-DI projetado permaneceu em -0,41%. Há um mês, estava em -0,72%.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas. O IGP-DI fechado de 2017 será divulgado pela FGV nesta terça-feira, dia 9.
Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, foi de 4,39 % para 4,38% nas projeções dos analistas para 2018. Quatro levantamentos antes, estava em 4,35%.
Já a mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2018 seguiu em 4,28% no Focus. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC também era de 4,28%.
(Fabrício de Castro)