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Estado de Minas

Minas gera 24 mil empregos enquanto país fecha 20,8 mil vagas

Saldo de contratações e demissões cresce 0,62% no estado em 2017, enquanto resultado negativo no Brasil é o terceiro seguido, com corte de 2,98 milhões de postos em três anos


postado em 27/01/2018 06:00 / atualizado em 27/01/2018 07:57

Belo Horizonte fechou o ano com quase 3.100 postos de trabalho a menos(foto: Edésio Ferreira / EM / D.A. Press)
Belo Horizonte fechou o ano com quase 3.100 postos de trabalho a menos (foto: Edésio Ferreira / EM / D.A. Press)

Minas Gerais fechou o ano de 2017 com 24.296 postos de trabalho com carteira assinada a mais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Foram 16.671.895 contratações e 1.647.599 demissões de janeiro a dezembro. Mas no último mês do ano o saldo no estado foi o fechamento de 36.446 vagas, com variação negativa de 0,92%.

Mas enquanto Minas gerou vagas, Belo Horizonte fechou o ano com quase 3.100 postos de trabalho a menos. Segundo dados do Caged, a capital teve 370.923 admissões contra 374.022 demissões, variação negativa de 0,34%. Dezembro, já com as novas regras trabalhistas, apresentou cenário ainda pior, com fechamento de 5.490 postos, o que corresponde a 0,61% a menos de vagas.

 Os números nacionais mostram que o país encerrou o mês de dezembro com o fechamento de 328.539 vagas de emprego formal. Esse é o segundo mês seguido de fechamento de vagas. Com o número, o ano de 2017 encerrou com fechamento líquido de 20.832 vagas. O resultado mensal negativo foi puxado pela indústria da transformação, que cortou 110.255 postos formais em dezembro. Também tiveram desempenhos negativos os setores de construção civil (-52.157), agropecuária (-44.339), serviços (-107.535), administração pública (-16.400), indústria extrativa mineral (-2.330) e os serviços de utilidade pública (-1.808). O único setor com geração de vagas foi o comércio, que abriu 6.285 postos em dezembro.

Seguindo a tendência apurada em todo o país, a construção civil foi o setor com o maior percentual de demissões ao longo de 2017 em Minas Gerais, foram 7.260 demissões, deixando a variação negativa de 2,69%. Na sequência, as vagas na administração pública ficaram 2% menores, a indústria extrativa mineral 1,88% menor. Formam ainda a lista a Agropecuária (-1,80%), a indústria de transformação (-1,58%), Serviços (-0,69%). No caminho contrário está o comércio com alta de 0,12%, e saldo positivo de 1,131 vagas no estado.

 O dado divulgado ontem inclui contratos firmados já sob as novas modalidades previstas na reforma trabalhista, como a jornada intermitente e a jornada parcial. As regras começaram a vigorar em novembro do ano passado. Os dados indicam que o mês de dezembro terminou com 2.574 admissões de trabalhadores com contrato intermitente, enquanto houve fechamento de 1.004 vagas pelo sistema de jornada parcial. O Caged informou ainda que houve 5.841 desligamentos por acordo no mês de dezembro.

 Apesar de alardeado pelo governo como sinal de recuperação do mercado de trabalho, a diminuição no percentual de demissões, para o professor de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), Mário Rodarte, mostra que os sinais dados pela economia ainda não são bons. Para ele, a avaliação ainda é pessimista. “Eu não vejo nada de política economia que dê alento e sem projeção de melhora. Por enquanto, a gente não tem nada de alentador no cenário. Pelo contrário, temos questões agravantes ainda”, afirmou.

O economista considera que o eventual quadro de recuperação não tende a se sustentar nos próximos meses e devem ser agravado por questões como o ano eleitoral e o fato de que a economia tende a se desaquecer, principalmente, no primeiro trimestre de cada ano. “A redução do número de pessoas empregadas afeta a massa salarial e assim a economia não gira”, disse. Mario ainda considera que as novas regras trabalhistas já impactaram nos números fazendo com as pessoas com salários mais altos sejam demitidas e a substituição de mão de obra mais barata. “É um cenário típico de crise. Porque isso reflete no aumento das desigualdades e a desigualdade faz com que a economia seja mais instável”, analisa.

Extrato

 

O ano de 2017 terminou com fechamento de 42,5 mil empregos ocupados por mulheres, enquanto houve abertura de 21,6 mil postos de trabalho preenchidos por homens. O dado consta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado na manhã desta sexta-feira, 26, pelo Ministério do Trabalho. O coordenador-geral de Estatísticas do Ministério, Mário Magalhães, explica o dado pelo perfil da retomada do emprego. “O perfil do emprego que está crescendo está ligado mais a postos tipicamente masculinos”, disse.

 Entre as funções que mais criaram postos no ano passado, estão alimentador de linha de produção (90,2 mil empregos novos), faxineiro (34,3 mil) e atendente de loja e mercado (26,9 mil). Por outro lado, entre as ocupações que mais tiveram destruição de vagas, estão pedreiro (-31,8 mil), supervisor administrativo (-26,9 mil) e gerente administrativo (-22,8 mil).

 O Caged mostrou ainda que, quando separados por faixas etárias, o emprego para pessoas de até 24 anos terminou 2017 com criação de 823,9 mil vagas. Por outro lado, houve fechamento de 844,7 mil empregos que eram ocupados por trabalhadores com idade a partir de 25 anos. “Essa é uma estratégia de sobrevivência das empresas. Quando você contrata um jovem, paga salário menor”, disse. (Com agência).


COM CARTEIRA

 

País fecha postos de trabalho pelo terceiro ano seguido

Resultado acumulado em 2017

Região    Admissões    Demissões    Saldo    Variação sobre 2016
Brasil    14.635.899    14.656.731    -20.832    -0,05%
Minas    1.671.895    1.647.599    24.296    0,62%
Belo Horizonte    370.923    374.022    -3.099    -0,34%


EM MINAS
Municípios que mais geraram
emprego no estado

Cidade    Saldo
Uberlândia    2.175
Patos de Minas    1.791
Itaúna    1.009


NO BRASIL
Evolução das vagas a cada ano
(em milhões)

Ano    Saldo
2007    1,943
2008    1,707
2009    1,397
2010    2,223
2011    2,026
2012    1,372
2013    1,138
2014    0,42
2015    -1,534
2016    -1,326
2017    -0,2


POR SETORES
Setores que fecharam vagas formais no país

Construção civil    -103.968
Indústria de transformação    -19.900
Indústria extrativa mineral    -5.868
Serviços Industriais de Utilidade Pública     -4.557
Administração pública    -575

Setores que abriram vagas formais
Comércio    40.087
Agropecuária    37.004 vagas
Serviços    36.945 empregos

Regiões do país
Cortaram vagas
Sudeste    -76.600
Nordeste    -14.424
Norte    -26

Geraram emprego
Centro-Oeste    36.823
Região Sul    33.395
 


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