Brasília, 29 - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira, 29, durante evento em São Paulo, que a perspectiva para o Brasil em 2018 é de "crescimento moderado da economia, com inflação em direção às metas". "Mas há riscos", acrescentou.
De acordo com Goldfajn, o cenário internacional "encontra-se benigno, mas não podemos contar com essa situação perpetuamente". Em sua fala, Goldfajn também voltou a defender a continuidade de ajustes e reformas, em especial a da Previdência, como "fundamental para o equilíbrio da economia, com consequências favoráveis para a desinflação, para a queda da taxa de juros estruturais e para a recuperação sustentável da economia brasileira". Esse comentário retoma uma ideia contida nas comunicações mais recentes do Banco Central.
Em sua apresentação, Goldfajn também reforçou a intenção do BC de reduzir o custo do crédito. E repetiu que o cenário para a política monetária em 2018 traz riscos em ambas as direções: primeiro, quanto aos efeitos secundários dos choques favoráveis de preços e da inércia, que poderiam produzir inflação abaixo do esperado; segundo, quanto à frustração de expectativas quanto ao andamento das reformas, que poderia elevar a trajetória da inflação.
O presidente do BC afirmou ainda que houve "avanços significativos" na Agenda BC+, de reformas estruturais, e lembrou que há ações ainda em andamento. Em sua apresentação, ele listou uma série de medidas tomadas e em andamento no âmbito da agenda. No pilar "Legislação Mais Moderna", lembrou que um dos objetivos do BC é revisar a relação da instituição com o Tesouro Nacional. Atualmente, há projetos em tramitação no Congresso que tratam justamente desta relação.
Goldfajn proferiu palestra no Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), em São Paulo.
(Fabrício de Castro)