Brasília, 01 - O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) divulgou nota em que afirma que o governo brasileiro recebe com "enorme preocupação" a informação de que os Estados Unidos pretendem aplicar tarifa adicional de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio, o que afetará os produtos brasileiros. "O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses no caso concreto", afirma o texto.
Nesta quinta-feira, 1, o presidente norte-americano Donald Trump disse que decidiu impor a tarifa sobre a importação de aço. Segundo maior fornecedor do produto ao mercado americano no ano passado, o Brasil será um dos países mais atingidos pela medida, que será anunciada de maneira formal na próxima semana.
"O governo brasileiro espera trabalhar construtivamente com os Estados Unidos para evitar eventual aplicação, o que traria prejuízos significativos aos produtores e consumidores de ambos os países, segundo relatou Marcos Jorge ao secretário americano", completa.
O anúncio ocorre depois de o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, se reunir, em Washington, com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross.
Na reunião, Jorge afirmou que o aço brasileiro não representa ameaça à segurança nacional norte-americana e que as estruturas produtivas siderúrgicas de ambos os países são complementares, já que cerca de 80% das exportações brasileiras de aço são de produtos semiacabados, que é um insumo da indústria siderúrgica norte-americana.
O ministro reiterou ainda que a produção brasileira de aço, parcialmente exportada aos Estados Unidas, é feita em parte utilizando carvão siderúrgico norte-americano, responsável por US$ 1 bilhão em importações em 2017, o que poderá ser prejudicado com a sobretaxa.
"No encontro, o ministro Marcos Jorge reforçou que Brasil e Estados Unidos são importantes e tradicionais parceiros comerciais. De sua parte, o secretário Ross afirmou disposição para buscar soluções positivas e que eventual decisão de aplicação da sobretaxa poderia ser recorrida pelos países interessados".
(Lorenna Rodrigues)