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Estado de Minas

BH registra deflação de 0,44% em fevereiro

Queda no valor dos pacotes turísticos e da alimentação em casa leva o índice de preços a ficar negativo no mês. Cesta básica também fica mais barata e recua para R$ 393,56


postado em 06/03/2018 06:00 / atualizado em 06/03/2018 08:19

Produtos alimentícios in natura tiveram redução de preço de 3,56% no mês e puxaram para baixo o valor das refeições nas residências(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press 24/4/16 )
Produtos alimentícios in natura tiveram redução de preço de 3,56% no mês e puxaram para baixo o valor das refeições nas residências (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press 24/4/16 )

Belo Horizonte encerrou o mês de fevereiro com uma deflação de 0,44% – segundo dados divulgados pela Fundação Ipead/UFMG. O número corresponde ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da capital, que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.

Já o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR), referente às famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, apresentou, no mesmo período, variação negativa de 0,19%. Para chegar a esses números, a Fundação Ipead comparou os preços médios praticados nos 28 dias de fevereiro e 31 de janeiro.

O IPCA contém 11 itens agregados, dos quais três deles se destacaram para a queda da inflação: produtos pessoais, alimentos in natura e energia elétrica. No primeiro grupo, a grande contribuição veio da queda de 15,89% nos preços de pacotes turísticos.

“Na comparação com janeiro, historicamente, fevereiro tem uma queda grande, pois janeiro é um mês de férias e alta temporada, o que eleva o preço das excursões”, explica a coordenadora de pesquisa do Ipead, Taíse Martins.

Também contribuíram para a queda da inflação os preços dos alimentos in natura (-3,56%) – depois de uma forte alta em janeiro, puxado principalmente pelo tomate – e energia elétrica (-1,81%), que teve o valor reduzido em razão de uma maior incidência de chuvas no mês de fevereiro o que manteve as tarifas sem o acréscimo das bandeiras. Do outro lado, entre os 11 itens medidos pelo IPCA, três tiveram alta de preços: artigos de residência (1,51%), alimentos em restaurantes (0,58%), saúde e cuidados pessoais (0,15%).

Cesta básica

 

Em relação à cesta básica, que representa os gastos de um trabalhador adulto com alimentação – conforme definição prevista no Decreto-Lei 399/38 –, também foi registrada uma deflação em Belo Horizonte. Segundo o Ipead/UFMG, houve uma variação negativa de 2,73% entre janeiro e fevereiro deste ano. O valor da cesta no mês passado chegou a R$ 393,56, o que equivale a 41,25% do salário mínimo, atualmente fixado em R$ 954.

Em janeiro, a cesta chegou a R$ 404,60, aumento de 5,56% em relação a dezembro, puxado pelo aumento do preço do tomate, banana-prata e batata-inglesa. A queda registrada desta vez se deve a uma redução no preço do tomate (8,19%), açúcar cristal (5,42%) e a carne chã de dentro (5,07%) – este último caso pode ser explicado pela diminuição do consumo de carne vermelha durante o período da quaresma, que vai do Carnaval até a Páscoa. No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, a cesta básica ficou 0,24% mais cara.

Confiança A cada mês o Ipead também mede o índice de confiança do consumidor (ICC), que sintetiza a opinião dos belo-horizontinos sobre diversos aspectos conjunturais que afetam as decisões de consumo no curto, médio e longo prazos. A partir de 200 entrevistas realizadas em 28 de janeiro e 27 de fevereiro, os técnicos verificaram um índice de 37,24 pontos – uma queda de 2,42% em relação ao mês anterior.

 O ICC é calculado a partir da expectativa econômica e financeira, o que leva em conta a situação econômica do país e da família, emprego, inflação, pretensão de compra. O total de pontos é 100 e, a nota 50, marca a fronteira entre otimismo e pessimismo. Lideram a lista de bens e serviços que os belo-horizontinos pretendem comprar vestuário e calçados (29,52%), turismo (10,48%) e veículos (7,62%).

Na meta

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a inflação de 2018 e 2019. O Relatório de Mercado Focus divulgado ontem, pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano caiu de 3,73% para 3,70%. Há um mês, estava em 3,94%. Já a projeção para o índice em 2019 caiu de 4,25% para 4,24%. Quatro semanas atrás, estava em 4,25%. Na prática, as projeções de mercado agora divulgadas no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação em 2018 fique dentro da meta, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).
 


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