Rio, 06 - O brasileiro ficou ligeiramente menos endividado em fevereiro, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O porcentual de famílias endividadas diminuiu de 61,3% em janeiro para 61,2% no mês seguinte.
"A recuperação da renda do trabalho e a queda das taxas de juros são alguns dos fatores que impactam diretamente o endividamento e favorecem uma melhora gradual em algumas modalidades de crédito", justificou Marianne Hanson, economista da CNC, em nota oficial.
A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso caiu de 25,0% em janeiro para 24,9% em fevereiro. No entanto, o total de famílias que não teriam condições de pagar as suas contas em atraso e permaneceriam inadimplentes teve ligeira piora, passando de 9,5% em janeiro para 9,7% em fevereiro.
A fatia dos que se declararam muito endividados ficou estável no período, mantendo-se em 13,6% do total de entrevistados. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve recuo de 0,8 ponto porcentual. Ao mesmo tempo, o total de famílias que se declararam pouco endividadas aumentou de 23,1% em fevereiro de 2017 para 24,2% em fevereiro de 2018.
O cartão de crédito permanece como o tipo de dívida mais citada, mencionado por 77% das famílias que se declararam endividadas. Esse tipo de endividamento foi lembrado tanto entre as famílias com renda até dez salários mínimos (78,0%) quanto para aquelas com renda acima de dez salários mínimos (73,3%).
Em seguida, figuram na lista os carnês (16,5%) e financiamento de carro (10,7%).
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,9 dias em fevereiro de 2018, inferior aos 65,7 dias registrados no mesmo período do ano passado. Entre as famílias endividadas, 20,9% afirmam ter mais da metade da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
(Daniela Amorim)