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Estado de Minas

Bacalhau e produtos típicos da semana santa estão mais caros em BH

Do carnaval pra cá, pesquisa aponta alta de mais de 5%. O levantamento mostra uma diferença expressiva de preços entre as lojas


postado em 26/03/2018 07:00 / atualizado em 26/03/2018 08:06

A espessura e o corte fazem o preço do bacalhau variar, segundo Eduardo Campos(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
A espessura e o corte fazem o preço do bacalhau variar, segundo Eduardo Campos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Em ano em que a Páscoa cai justamente na última semana do mês, o consumidor precisa pesquisar como nunca para levar para a casa o almoço de domingo sem salgar o orçamento. Faz melhor negócio quem compara preços, como prova pesquisa divulgada pelo site Mercado Mineiro. Realizada em estabelecimentos da região Centro-Sul e no Bairro Bonfim, o estudo mostra que itens típicos da semana santa como peixes e camarão estão mais caros em comparação a última quarta-feira de cinzas, data de início da quaresma: o preço do bacalhau do Porto imperial, por exemplo, está 5,79% mais salgado.


 “Também o bacalhau Saithe ficou mais caro, de R$ 43,69 em fevereiro para R$ 44,24 na última semana, acréscimo de quase 1,5%, mostrando que a demanda favorável deu espaço para aumento nos preços”, afirma o pesquisador Feliciano Abreu. Já a Fundação Ipead/UFMG pesquisou preços de 2018 em relação aos de 2017 e concluiu que o ovo de chocolate foi um vilão, subindo, em média, 14,22%.

 Os dados levantados no comércio pelo site especializado entre os dias 21 e 23 também indicam grande variação nos preços cobrados pelo mesmo produto em estabelecimentos diferentes. Segundo o Mercado Mineiro, a maior vem do camarão grande sete-barbas, cujo quilo pode ser encontrado de R$ 32,90 a R$ 95,90, diferença de 191%. Já o quilo do bacalhau Saithe vai de R$ 31,90 a R$ 59,90, diferença de 88,77%. Nas bancas de peixes, a variação segue superando a casa dos 50%, vide o quilo do salmão, de R$ 37,90 a R$ 79,99 (111%), do surubim, de R$ 21,90 a R$ 45 (105%) e da tilápia, de R$ 24,50 a R$ 45 (83%). “Dica é pesquisar, avaliando quesitos como custo/benefício e o quanto o consumidor está disposto a gastar com comodidade“, afirma Abreu.

Preço x qualidade

 

No Mercado Central – comércio famoso na venda de itens da bacalhoada –, os comerciantes apostam na qualidade dos produtos e em promoções para atrair o consumidor. Otimista, Antônio Sérgio Tavares, proprietário do Império dos Cocos, estabelecimento com 60 anos de atividades, conta que o movimento da última semana foi bom e que deve esquentar mais a partir de hoje. Até a sexta-feira santa, o comerciante espera vender o estoque de 5 mil quilos de bacalhau.

 Entre os mais procurados ele aponta o Saithe, cujo quilo varia de R$ 36 (o mais fino) a R$ 59 (desfiado); o Porto, de R$ 74 (menor espessura) a R$ 129 (lombo sem pele e sem espinhos); e o Cod, a R$ 84. “O preço varia de acordo com o tipo, o corte e o serviço de limpeza”, explica.

 

 Diferencial, avisa ele, é manter os preços do ano passado e não abusar da demanda do feriado católico remarcando os produtos típicos, numa estratégia para cativar a freguesia. “Mantenho o preço o ano inteiro, mesmo por que há muita concorrência e quero sair na frente. Além disso, nosso negócio depende do dólar, que está na casa dos R$ 3,30 há dois anos. Então, meu objetivo é vender rapidamente, inclusive estaremos funcionado na sexta-feira da Paixão até as 13h para atender aos que deixaram as compras para a última hora.”

Compra facilitada

 

Também no Mercado, Eduardo Campos, sócio da Empório Ananda, casa com 33 anos de atividades, conta que o carro-chefe é o bacalhau Cod Gadus morhua, cujo quilo é comercializado de R$ 69,80 a R$ 149,80, em filé ou lombos. “O que difere os preços são os cortes e a espessura”, explica. Ciente de que o feriado caiu justamente no fim do mês, o comerciante decidiu facilitar o pagamento para a clientela. “Estou dividindo as compras acima de R$ 180 em até seis parcelas sem juros no cartão de crédito”, avisa.

 Estratégia que tem dado certo, garante ele. “Na semana passada o movimento foi ótimo e nesta será melhor ainda: mantive os preços do ano passado e minha expectativa é no que chamo de a Páscoa de última hora. Espero um movimento até 60% maior que o convencional. Para tanto, estou bem estocado e tenho produtos que cabem no bolso do consumidor. Ninguém vai ficar sem Páscoa”, garante.

 O comerciante também aposta na tradição para comercializar o estoque. “Qualidade é no Mercado Central, tanto que ficamos lotados ano a ano. E isso porque o consumidor sabe que somos corretos: não vendemos peixe chinês falando que é bacalhau.”

 




Mais caro


Veja produtos que subiram de preço médio na quaresma (*)

Produto    Preço carnaval    Preço agora    Aumento
Bacalhau Saithe (kg)    R$ 43.69     R$ 44.34    1.49%
Bacalhau do Porto Imperial    R$ 84.70    R$ 89.60    5.79%
Dourado    R$ 34.21    R$ 36.08    5.47%
Filé de surubim    R$ 43.80    R$ 44.18    0.87%

E as principais variações de preço

Produto    menor preço    maior preço    Aumento

Bacalhau Saithe    R$ 31,90    R$ 59,90    88.77%
Bacalhau do Porto Imperial    R$ 74.00    R$ 110    48%
Camarão sete barbas pequeno    R$ 26.90    R$ 49.90    85%
Camarão sete-barbas grande    R$ 32.90    R$ 95.90    191%
Camarão rosa limpo    R$ 49.90    R$ 129    158%
Salmão    R$ 37.90    R$ 79.99    111%
Surubim em posta    R$ 21.90    R$ 45    105%
Filé de Tilápia    R$ 24.50    R$ 45    83%

 

(*) Preços por quilo
Confira a pesquisa completa no site: www.mercadomineiro.com.br

Expectativa nos bairros



Tanto na loja do Bonfim – região também tradicional na venda de peixes e frutos do mar – quanto na loja do Sion, na Zona Sul de BH, os preços praticados pela Cia do Camarão são os mesmos, garante a gerente Silvania Aguiar. “Não vemos necessidade de aumentar a mercadoria devido a localização”. Nas unidades, o principal produto é o crustáceo, cujo quilo é comercializado de R$ 27,20 (para molho) a R$ 166 (cerca de 16 unidades do tamanho extra-grande).

 O movimento, conta ela, vai bem. “A procura na quaresma aumenta cerca de 40% e nossa expectativa é de que suba para 60% nesta semana que antecede a Páscoa”, afirma. “Mesmo sendo fim do mês, pós gastos com carnaval e diante da crise econômica, nossa experiência aponta para o otimismo”. Além do camarão, ela aposta na venda de peixe fresco como o salmão (comercializado a R$ 55 o quilo na última sexta-feira) e de congelados como o gurijuba, cujo quilo é R$ 44 e “pode ser assado, frito, grelhado”.

 Já na Uai Peixes e Frutos do Mar, também no Bonfim, o gerente Erasmo Alves Macedo espera recuperar o movimento de outros tempos para, enfim, voltar a comemorar a Semana Santa. “A cada ano percebo que o movimento está caindo. Já houve tempo de aumentar 40% em comparação ao convencional, mas, hoje, não chega a 20%, caiu pela metade. Aqui existe a tradição, mas os supermercados e outros locais também estão investindo no comércio de peixes e a demanda diluindo. Daí o cliente fala que nosso preço está igual ao do bairro dele e que não compensa gastar gasolina”. Para quem quiser comparar, lá o quilo do bacalhau Saithe custa de R$ 34,90 (dessalgado) a R$ 75 (lombo) e o camarão vai de R$ 25,90 (para molho) a R$ 149 (VG, limpo, de 16 a 20 unidades). (LV)

 

 


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