Tóquio, 26 - O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, minimizou hoje preocupações com o possível impacto do futuro aperto da política monetária na saúde financeira da própria instituição ou na credibilidade do iene.
Se uma eventual decisão do BoJ de começar a desfazer seu programa de compras de ativos pesar nos preços de bônus do governo japonês (JGBs), criando perdas imprevistas, isso não será suficiente para prejudicar as finanças da instituição ou enfraquecer a moeda do país, o iene, afirmou Kuroda em sessão no Parlamento.
"Não haverá danos para a credibilidade do iene", afirmou o chefe do BoJ.
Segundo Kuroda, os JGBs que estão na carteira do BoJ deverão ser substituídos por bônus de maior rendimento se as condições econômicas se recuperarem a um ponto que lhe permita começar a elevar juros.
Além disso, Kuroda explicou que o banco central japonês criou um fundo de reservas para cobrir possíveis perdas relacionadas a JGBs em seu poder.
O ritmo de compras de JGBs pelo BoJ diminuiu drasticamente desde que a política da instituição passou a mirar os juros dos JGBs de 10 anos, em vez da quantidade de bônus que adquire. De qualquer forma, o BoJ ainda detém cerca de 40% de aproximadamente 900 trilhões de ienes em JGBs no mercado.
Nos últimos meses, Kuroda tem reiterado que a inflação no Japão continua distante da meta de 2% do BoJ, o que significa que a instituição manterá sua agressiva política de relaxamento monetário por enquanto. Fonte: Dow Jones Newswires.