Brasília, 17 - A indicada para a diretoria de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, citou nesta terça-feira, 17, o presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, para dizer que, de fato, os spreads bancários estão caindo em ritmo mais lento que o desejado pela instituição.
"É preciso perseverança, não vamos resolver isso com retórica ou 'na marra'. Por isso construímos a Agenda BC+ com medidas para melhorar as garantias no sistema financeiro e reduzir a assimetria de informações por meio, por exemplo, do cadastro positivo" afirmou Carolina, em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Ela também citou iniciativas do BC para o estímulo à concorrência no mercado bancário, como o estímulo às fintechs de crédito e medidas sobre os meios de pagamento, como a redução da taxa de intercâmbio no uso do cartão de débito.
Repetiu o entendimento do BC de que o crescimento das moedas virtuais - como a Bitcoin - deve ser olhado com cuidado porque se trata de moedas sem lastros. Ela lembrou ainda que essas transações envolvem remessas de dinheiro para o exterior e podem levar à responsabilização dos usuários.
Carolina defendeu o projeto de autonomia do Banco Central e avaliou que o mandato principal da autoridade monetária deve ser o controle da inflação. "O Copom já usa nas suas avaliações projeções de emprego e renda que são consideradas nas decisões de política monetária", completou.
Questionada pelos parlamentares sobre a recente compra de cédulas no exterior, ela respondeu que houve uma situação de emergência que impediu que a Casa da Moeda atendesse à demanda de meio circulante. "Para este ano, 95% das compras serão feitas com a Casa da Moeda", afirmou.
(Eduardo Rodrigues)