São Paulo - A disparada do dólar no mercado financeiro mundial ainda não chegou ao fim, mas uma correção nos preços pode estar a caminho, avalia o banco de investimento Brown Brothers Harriman & Co. (BBH). "Não estamos convencidos de que o terceiro grande rali do dólar desde Bretton Woods acabou. O principal gatilho para a alta, a divergência de políticas econômicas, permanece intacto", avalia relatório do banco, que tem sede em Nova York, neste domingo, 13.
Nos três últimos meses, o dólar só não subiu em uma semana, destaca o BBH. Entre as principais moedas do mundo apenas a libra, o iene e a coroa da Noruega se valorizam ante o dólar em 2018. A valorização mais pronunciada da moeda dos Estados Unidos tem se dado ante as divisas de mercados emergentes, sobretudo da Argentina, mas também do Brasil e Turquia. "Permanecemos com visão negativa para as moedas de emergentes", ressalta o relatório, destacando que as perdas devem continuar.
Apesar do rali do dólar não dar sinais de que vai parar, o BBH ressalta que sinais de uma "correção" nas taxas entre a moeda dos EUA e outras divisas pode estar a caminho. O euro, por exemplo, alcançou nos últimos dias a menor cotação ante o dólar desde o final de 2017, mas recuperou parte do terreno após dados da inflação dos EUA ficarem abaixo do esperado.
A valorização da moeda dos Estados Unidos começou em meio à mudança de expectativa dos agentes de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode ter que subir os juros mais vezes que o inicialmente previsto. O BBH destaca que o mercado espera quatro elevações das taxas este ano pelo Fed. Inicialmente, a expectativa era de duas a três altas.