Pelo segundo dia consecutivo, caminhoneiros protestam, nesta terça-feira, nas principais estradas dos país contra os aumentos sucessivos nos preços do combustível. Nos últimos 17 dias, foram 11 reajustes. O governo e Petrobras marcaram para hoje uma reunião para estancar a crise que vem interditando há dois dias as principais rodovias do país.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Minas, há trechos bloqueados pelos caminhoneiros nas BRs-040, 116, 251, 262 e 381 (Acompanhe aqui a atualização pelo Twitter da PRF).
Na manhã desta terça-feira, além de Minas Gerais, foram registrados atos em pelo menos seis estados: Bahia, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Nessa segunda-feira, foram registrados atos em ao menos 20 estados e no DF - Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Norte de Minas
A paralisação dos caminhoneiros é mantida, nesta terça-feira, na BR-251, que liga Montes Claros a BR-116 (Rio-Bahia), no Norte de Minas.
O protesto acontece no Km 504, em frente a um posto de combustiveis, próximo ao entroncamento com as MGT 122 (estrada para Janaúba).
Desde a manhã dessa segunda-feira (21), os manifestantes interromperam o trânsito de caminhoes e carretas, liberando a passagem somente para veiculos com cargas vivas, ônibus, carros pequenos e ambulâncias.
O movimento é pacífico, sendo acompanhado de perto pela Policia Rodoviária Federal. Os caminhonheiros estacionaram seus veiculos em áreas de postos de combustiveis das proximidades e no acostamento, fazendo longas filas nos dois sentidos da rodovia.
A BR-251 é uma das estradas mais movimentada de Minas Gerais, com um grande tráfego de veiculos de cargas para o Sul/Sudeste e para o Norte/Nordeste.
Reivindicação
Os caminhoneiros querem a redução da carga tributária sobre o diesel. Elea também reivindicam a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).
Os impostos representam quase a metade do valor do diesel na refinaria. Segundo a categoria, a carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo da atividade.
Desde que começou a adotar a política de reajustes diários dos preços dos derivados de petróleo, em 3 de julho do ano passado, a Petrobras já elevou o preço do óleo diesel em suas refinarias 121 vezes, o que representou uma alta de 56,5%, segundo cálculo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Em pouco mais de dez meses, o litro do produto passou de R$ 1,5006 para R$ 2,3488 nas refinarias. Apenas neste ano, o preço do diesel subiu 38 vezes, em linha com a sua valorização no mercado internacional.