Milhares de pessoas, centenas de instituições e dias inteiros de conteúdo. Tudo envolto no que há de mais recente em termos de conhecimento tecnológico, empreendedorismo e novas ideias. É esse o cenário que se encontra ao visitar aquela que já é considerada a maior feira de inovação da América Latina: a Finit. A sigla resume bem a proposta do evento, que neste ano deve ocorrer na primeira semana de setembro. A Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia reúne em um só lugar grandes empresas, startups, pesquisadores, estudantes e quem mais estiver em busca das novidades apresentadas dentro da enorme gama de atrações disponíveis em vários dias de atividades.
O evento, que acontece anualmente no Expominas, em Belo Horizonte, já passou por duas edições e, em pouco tempo, alcançou números significativos. Quando fez sua estreia em 2016, a feira – que é uma iniciativa do governo de Minas – atraiu cerca de 50 mil visitantes durante cinco dias de atividades. Foram mais de 200 instituições envolvidas e aproximadamente 500 horas de conteúdo. Números que impressionam, dada a novidade da experiência na capital mineira.
O ano seguinte foi além, e comprovou o interesse dos mineiros em vivenciar uma grande experiência tecnológica e dos empreendedores e demais instituições envolvidas em compartilhar conhecimento e encontrar oportunidades de negócios promissoras. Segundo dados da organização do evento, a Finit teve um aumento de 50% no número de visitantes em 2017, saltando para 75 mil pessoas, que tiveram à disposição mais de 700 horas de conteúdo em cinco dias de feira.
Para todos
Mas o que atrai um público tão grande para um evento como este e leva até mesmo leigos em tecnologia e negócios a querer participar? O segredo pode estar justamente na diversidade das atrações distribuídas no decorrer da feira. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), a Finit funciona como catalisadora de tudo o que acontece no estado em tecnologia. “Temos espaços para crianças, adolescentes, curiosos, empresários, investidores. Enfim, qualquer pessoa pode participar”, informa a secretaria.
E é a busca pelo frescor das ideias inovadoras e das novidades tecnológicas que leva tanta gente a se inscrever nos eventos que compõem a feira. Opções, aliás, não faltam. Difícil mesmo é escolher o que acompanhar diante de tantas palestras, encontros, workshops e rodadas de negócios.
No último ano, por exemplo, um dos principais eventos da feira foi a Campus Party, considerada a maior experiência tecnológica do mundo, que levou ao Expominas mais de 5 mil campuseiros, sendo que 1,2 mil acamparam no centro de convenções de BH. Essa é uma das explicações para a presença de tantos jovens na Finit, já que a Campus Party atrai principalmente esse público, com temas ligados a games, inovação, criatividade, ciência, tecnologia e entretenimento digital.
Legado
Para o presidente do Instituto Campus Party, Francesco Farruggia, o objetivo da última edição em Minas foi cumprido. “Foi um grande sucesso. Tivemos recorde de público e de participação nas palestras, workshops e hackthons”, relembra.
Farruggia ressalta que o objetivo é sempre deixar um legado para as regiões em que o evento passa, seja por meio de discussões e troca de conhecimento, seja com programas que aproximem a comunidade mais carente da tecnologia. “Acredito que eventos do porte da Campus Party ou da Finit devem, sim, se preocupar com o que estão deixando àqueles que participam e também para toda a comunidade envolvida”, conclui.
Entre as heranças deixadas a cada edição da feira, o fomento à cultura da inovação e tecnologia é o que deve agregar mais ao estado, permitindo que Minas encontre caminhos para diversificar a economia. De acordo com a Sedectes, o objetivo do governo é aproximar o estado da revolução tecnológica. “Queremos aproximar as pessoas dessa realidade e fortalecer o movimento. Esse é um caminho sem volta”, destaca a secretaria.
Quando se fala em inovar, no entanto, os resultados tendem a romper fronteiras, como observa Vera Crósta, coordenadora-geral da Conferência Anpei de Inovação, realizada no último ano durante a Finit. “Um encontro como esse é muito importante para o ecossistema de inovação do país, pois traz importantes atores nacionais e internacionais de todos os tipos e portes e faz uma interlocução muito interessante entre eles, baseada no modelo da hélice tripla: governo, empresas e universidades”, ressalta. Ela destaca que esse alinhamento é fundamental para a inovação em um país como o Brasil.
O que esperar para 2018
Os resultados das duas primeiras edições deixam claro que a Finit encontrou terreno fértil para crescer no estado. O cenário é favorável, já que, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), Minas tem hoje o maior número de universidades federais e incubadoras de empresas do país. É também o segundo estado em número de startups, tem cinco parques tecnológicos e atrai grandes empresas mundiais com foco em tecnologia, como é o caso da gigante Google.
Por essa razão, a expectativa é voltar a bater recorde de público e ampliar o número de atividades desenvolvidas no decorrer da feira, prevista para o início de setembro. “No ano passado, tivemos um grande envolvimento do público e em 2018 a expectativa é atingir um número ainda maior de pessoas. O objetivo é que a Finit possa mostrar tanto para os mineiros quanto para o Brasil e o mundo a inovação em nosso estado”, destaca a Sedectes por meio da subsecretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo de Minas.
Experiências
Para este ano, estão previstos quatro grandes eventos. Novamente, a Campus Party Minas Gerais vai acontecer dentro da feira, com a possibilidade de os participantes vivenciarem uma grande experiência tecnológica, com atrações de entretenimento, games, palestras e workshops enquanto acampam no Expominas.
Na Arena de Negócios, o foco principal é conectar grandes empresas, startups e investidores. Nesse ambiente, oportunidades de negócios são potencializadas quando empresas de base tecnológica apresentam novas soluções para demandas do mercado.
Já a Arena Experience e a Arena Criativa focam principalmente na troca de conhecimentos, compartilhamento de experiências e divulgação científica. Ambos são abertas ao público. No caso da Arena Criativa, é uma ótima oportunidade para crianças e adolescentes darem os primeiros passos no universo da criatividade e inovação.