São Paulo, 24 - A perspectiva de reoneração da folha de pagamentos de diversos setores produtivos da economia, proposta pelo governo federal como forma de compensar o corte de impostos (PIS/Cofins) sobre o óleo diesel, gerou reações negativas de entidades empresariais.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) classificou a medida como "equívoco". "Esta medida reduzirá a competitividade e aumentará o custo da mão de obra de setores importantes na geração de emprego", afirma a entidade, em nota.
Entre os setores que seriam prejudicados, caso a reoneração seja confirmada, a Fiesp aponta a indústria têxtil; de confecção; máquinas e equipamentos; mobiliário; calçados, entre outros, e alega que poderia até mesmo prejudicar o já fragilizado ritmo econômico. "Em alguns casos, poderá resultar em perdas de postos de trabalho", diz a Fiesp.
Ao mesmo tempo, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) expressou "repúdio" à estratégia do governo de condicionar a aprovação da pauta à solução da greve dos caminhoneiros.
"A medida acarretará perda de competitividade do setor industrial, limitando o já claudicante processo de retomada da atividade econômica e do emprego", afirma a Abinee.
No período da manhã, entretanto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), decidiu retornar ao seu reduto eleitoral e não pautar a proposta, que já foi aprovada na quarta-feira na Câmara dos Deputados.
Desde 2014, 56 setores da economia tinham desoneração de alguns impostos na folha. O texto aprovado na Câmara prevê que a metade desses setores perderão o benefício logo após a sanção do projeto.
A outra metade manterá a desoneração pelos próximos três anos, só perdendo o benefício a partir de janeiro de 2021. A proposta aprovada também prevê zerar, até o final deste ano, a PIS-Cofins que incide sobre o óleo diesel.
(Caio Rinaldi)