Mesmo com a sinalização por parte dos caminhoneiros de manutenção dos protestos e bloqueios nas estradas, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta sexta-feira que o governo confia no cumprimento do acordo firmado ontem com as lideranças do movimento. "A nossa aposta é que o movimento vá sendo desmobilizado progressivamente. Não sei se terá normalidade total no final de semana. É impossível prever hoje com que tempo vamos ter plena normalidade", disse.
"Temos certeza de que eles irão cumprir o compromisso assumido conosco", destacou.
O ministro participou nesta manhã do Seminário Internacional Governança, Avaliação de Políticas Públicas e Impacto Regulatório, no Palácio do Planalto.
"O comando das lideranças não é instantâneo, não é imediato. O governo confia que tudo aquilo que foi ajustado com os caminhoneiros seja cumprido de parte a parte. Nós cumprimos a nossa parte e eles cumprem a parte deles", acrescentou.
Questionado sobre a possibilidade de a greve ser patronal, o ministro respondeu que não pode fazer essa afirmação. "O certo é que nós temos caminhões parados que são das empresas transportadoras e dos transportadores autônomos. Não tem caminhão rodando, então tem caminhão parado tanto de um quanto de outro".
O ministro também foi perguntado sobre o uso das Forças Armadas como forma de retomar o abastecimento de itens essenciais. Ele reforçou, entretanto, que o governo acredita no cumprimento do acordo. "Primeiro, nós vamos ver o cumprimento do acordo."
Ontem (24), os ministros Eliseu Padilha, Eduardo Guardia (Fazenda) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) anunciaram acordo fechado com entidades representantes dos caminhoneiros para suspensão dos protestos da categoria por 15 dias, quando as partes voltarão a se reunir.
Hoje (25), no entanto, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que ainda não registra desmobilização de pontos de manifestação de caminhoneiros nas rodovias do país.
Teto de gastos
Durante discurso no evento, o ministro ressaltou a importância do teto federal de gastos, que limita por 20 anos o crescimento das despesas: "Como todos sabemos, estamos diante de um enorme desafio que demanda essa concentração de esforços. Precisamos manter o processo de ajuste de contas públicas."
Padilha acrescentou que é necessário "seguir com a agenda de reformas estruturantes, não só hoje, como amanhã. Não só nesse governo como no próximo".
A secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, também destacou o estabelecimento do teto de gastos: "Nos trouxe um benefício claro que é o benefício que a sociedade colhe quando se alia à responsabilidade fiscal. Estamos convivendo com taxas de juros mais baixas e taxa de inflação mais baixa. Benefício que proporciona a redução da desigualdade, porque a inflação penaliza os mais pobres".
Ana Paula disse ainda que é necessária a boa comunicação do governo com a população para mostrar claramente as escolhas fiscais que estão sendo feitas. ( Com Agência Brasil)