Rio, 25 - A situação no entorno da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) é de impasse. Transportadoras de combustível, que até a quinta-feira, 24, apoiavam a greve, estão pedindo aos motoristas que liberem a entrada e saída de caminhões-tanque e voltem ao trabalho. Entretanto, nem os motoristas das empresas nem os autônomos, que desde segunda-feira se revezam no local, aceitam liberar os acessos.
De acordo com o representante de uma dessas empresas, que faz a gestão de quase 100 motoristas, a liberação depende de apoio das forças policiais, que também alegam estar sem gasolina para ir ao local. Até agora, não saiu nenhum caminhão com combustível da refinaria.
"Estamos pedindo apoio federal e estadual. Os motoristas dizem que a paralisação já está afetando a importação de combustíveis. Eles perceberam que têm poder e não estão dispostos a aceitar a proposta do governo", diz o representante, frisando que o entendimento geral é de que o governo não atendeu a categoria com as propostas de quinta.
Segundo ele, no caso dos motoristas das transportadoras de combustíveis, o poder de pressão das empresas é reduzido, não adianta ameaçar os motoristas de demissão, por exemplo. "Motorista de carga perigosa tem certificação, preparo técnico. Como vamos substituir 300 motoristas? Precisamos chegar a um acordo", afirma.
O presidente da Associação de Motoristas Particulares Autônomos, Denis Moura, que representa os motoristas de Uber, diz que a categoria não planeja voltar à Reduc nesta sexta, mas não descarta nova mobilização na segunda-feira, caso o movimento dos caminhoneiros continue. "O governo não atendeu ninguém. Fez um acordo para apagar incêndio, mas o incêndio está muito grande", afirma Moura.
Representante de outro grupo que apoiava os caminhoneiros na quinta, Maxwell Souza, presidente do motoclube The Guardians, também entende que não houve acordo entre o governo e os caminhoneiros. Explica, porém, que não haverá mobilização do grupo na Reduc nesta sexta porque muitos motociclistas já estão sem combustível para se deslocar para o local. "O que estamos vendo, inclusiva nas redes sociais, é que o governo fez um acordo com as centrais sindicais. Mas o que existe não é greve, são manifestações populares, e devem continuar", diz.
(Renata Batista)