Os principais supermercados de Belo Horizonte amanheceram fechados, reflexo da greve dos caminhoneiros que entra no sétimo dia neste domingo. A reportagem do em.com.br constatou unidades do Epa, Supermercados BH, Supernosso, Rede e Verdemar de portas fechadas. A excessão é a rede Carrefour.
O Epa divulgou nota explicando que não funcionará, alegando a dificuldade de deslocamento de seus funcionários, com retorno das atividades apenas na segunda-feira. Já o Verdemar manterá abertas apenas as lojas do Sion e do Jardim Canadá.
A feira dos produtores no Bairro Cidade Nova, também não vai funcionar neste domingo.
Fornecedores já alertam que a situação vai complicar ainda mais a partir desta semana, caso o tráfego de caminhões não volte ao normal. Nos sacolões, a percepção das pessoas é de que o preço de frutas, verduras e legumes subiu bastante, apertando o orçamento das famílias.
“Encontrei tudo o que queria, mas reparei uma alta muito grande de preços. Na cenoura, paguei R$ 2,98 no quilo na semana passada e, hoje (ontem), comprei por R$ 6,60. Nesse ponto, acho que houve muito prejuízo à população, mas sou a favor do movimento”, diz Walmir Souza, de 52 anos, que ontem fez compras em um sacolão da Avenida Cristiano Machado, próximo da Estação São Gabriel, Nordeste de BH.
Restaurantes
Bares e restaurantes também alteraram o quadro de horários e 50% não vão abrir, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Minas Gerais. Os que vão funcionar, alteraram os cardápios e a escala de trabalho dos funcionários. Na noite de ontem, alguns estabelecimentos fecharam mais cedo na capital.
Restaurantes como Vecchio Sogno, La Palma e Marilia Pizzeria divulgaram posts em suas redes sociais alertando para a alteração no funcionamento neste domingo. O Mercado da Boca, em Nova Lima, também vai fechar.
"Falta comida, gás e colaboradores", afirmou Ricardo Rodriguez, presidente da Abrasel em Minas. Segundo ele, a situação pode se agravar e o número de estabelecimentos fechados aumentar ao longo da semana.
O temor é de desabastecimento geral. O proprietário do restaurante Porcão, em BH, Fernando Júnior, disse que tem estoque para apenas uma semana, mas que os produtos de hortifrútis podem acabar antes. "O meu maior problema é com os produtos frescos, como legumes e verduras", disse. Apesar de se declarar a favor da greve, o empresário admite que houve uma redução no movimento do restaurante e se diz preocupado com a continuidade do impasse entre governos e os caminhoneiros. "A greve é justa, mas todo mundo está pagando o pato. O governo tem que rever as tributações", concluiu.