A corrida aos postos de combustível de Belo Horizonte às vezes precisa de sorte. Como é o caso do engenheiro Virgílio Resende, de 55 anos. Ele parou para assistir a um vídeo recebido nas redes sociais, quando, de repente, virou o primeiro carro da fila de um estabelecimento localizado na Avenida Uruguai, no Bairro Sion, na Região Centro-Sul da capital mineira.
“Era por volta de meio-dia. Parei para ver um vídeo que um amigo me mandou, quando um carro parou atrás do meu. Um motorista desceu e perguntou se eu estava na fila para abastecer. Eu indiquei que não. Foi quando ele me revelou que viria um caminhão-tanque com combustível”, disse o engenheiro.
Mesmo depois de cinco horas parado no local, ele ainda mantinha a esperança de conseguir a gasolina. “Fico aqui até meia-noite agora. Ainda tenho um risquinho de gasolina, mas preciso para trabalhar”, comentou.
A fila no posto de combustível é quilométrica. Ela começa na Avenida Uruguai e se estende pela Avenida Nossa Senhora do Carmo. Depois, segue por ruas do Bairro Sion e termina novamente na Avenida Uruguai, a cerca de 30 metros do início.
Enquanto a reportagem do em.com.br estava no local, o último carro da fila era do empresário Mário Lúcio Quintino, de 30 anos, que tem um restaurante na região. “Preciso abastecer por causa do restaurante. A gente fez estoque, mas não sei como vai ficar se continuar a paralisação”, contou. “Eu vim para cá depois de receber a lista. Vou fazer um cálculo, porque dizem que vão liberar alguns litros para cada carro. Pode ser que dê (para abastecer)”, afirmou.
O caminhão-tanque chegou ao estabelecimento no início da noite. Algumas pessoas que estavan na fila, com autorização da Polícia Militar, entregaram senhas aos condutores para evitar que outros furassem a fila.