No segundo dia de distribuição de combustíveis com escolta pela Polícia Militar na Grande BH, postos amanheceram lotados e com filas quilométricas nesta terça-feira. No Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de BH, um motorista foi impedido de abastecer após tentar furar a fila. Na Avenida Cristiano Machado, altura do Bairro Dona Clara, um homem ficou sem gasolina no meio da fila e precisou empurrar o carro.
O carregamento de 20 mil litros de gasolina que chegou de madrugada garante o abastecimento de até R$ 100 por veículo. Depois de ficar oito horas na fila em outro posto da Cristiano Machado ontem, o aposentado Eliezer Bahia, 53 anos, conseguiu o combustível. “Cheguei às 14h na fila do outro posto ontem e quando foi 0h20 de hoje acabou a gasolina, faltando cinco carros pra chegar minha vez. Hoje cheguei às 5h e consegui. Meu pai tem 91 anos e minha mãe 85. Preciso do combustível caso para alguma urgência”, diz ele.
Condutores que estavam há mais de uma hora na fila denunciaram a entrada de um jovem, dirigindo um EcoSport prata, que tentou furar. Ele foi retirado por um policial militar que acompanha o movimento. O motorista ainda tentou argumentar que outra pessoa também tinha furado e também implorou para entrar, mas foi impedido de abastecer. Nesse mesmo posto, uma ambulância teve o caminho liberado sem passar pela fila.
De acordo com a Polícia Militar, as primeiras informações da manhã indicam que o fluxo de combustível continuará com as escoltas nos mesmos 50 pontos anunciados ontem, com a possibilidade de ampliação. A reportagem também procurou o Sindicato dos Postos (Minaspetro), que ainda está levantando qual será a dinâmica do dia.
No posto CN, que fica no sentido Centro da Avenida Cristiano Machado, no Bairro da Graça, Nordeste da cidade, a fila também é muito grande, mas está fluindo com muita rapidez. A técnica em enfermagem Priscila Oliveira, 27 anos, chegou às 7h e conseguiu colocar R$ 100 às 8h20. “Agora consigo trabalhar uma semana. Estava madrugando para pegar ônibus e metrô”, diz ela. Já o pesquisador Wilton Tadeu Cardoso, 56, conseguiu abastecer a moto, o que não é suficiente para voltar ao trabalho. “Meu carro não sai de casa pelo combustível. Eu só trabalho viajando e com R$ 100 não consigo ir pra lugar nenhum. Vou ter que tirar a gasolina da moto, passar para o carro e voltar para abastecer o carro”, diz ele.
Um grupo de pessoas que veio com galões foi impedido de abastecer. A gari Vânia Alves dos Santos, 62, e o porteiro Fernando Ferreira Alves, 37, estão entre os insatisfeitos com a proibição. “Meu carro está sem gasolina no Bairro Goiânia. Como vou trazer até aqui?”, questiona Fernando.
De acordo com a BHTrans, a empresa está mais atenta à situação de quatro postos de combustíveis cujas filas estão maiores nesta manhã, e por isso geram impactos no trânsito. São eles: posto na Avenida do Contorno com a Barbacena, no Barro Preto, Rua da Bahia com Tupinambás, no Centro, e dois postos na Avenida Cristiano Machado, um no Bairro Floramar e o outro próximo à esquina com a Avenida Sebastião de Brito, no Bairro Dona Clara, Região da Pampulha.
De acordo com a BHTrans, a empresa está mais atenta à situação de quatro postos de combustíveis cujas filas estão maiores nesta manhã, e por isso geram impactos no trânsito. São eles: posto na Avenida do Contorno com a Barbacena, no Barro Preto, Rua da Bahia com Tupinambás, no Centro, e dois postos na Avenida Cristiano Machado, um no Bairro Floramar e o outro próximo à esquina com a Avenida Sebastião de Brito, no Bairro Dona Clara, Região da Pampulha.
Nesse último, que fica no sentido Centro da avenida, a fila se estende a várias vias do interior do Dona Clara, e por isso o clima de incerteza toma conta de motoristas de carros, donos de motos e também de pedestres que estão em uma fila apenas para encher galões com limite máximo de 30 litros.
O servidor público Victor Nascimento de Paula Ramos, 40 anos, chegou ao extremo de ficar sem gasolina na fila para o posto. Ele veio até este posto da Cristiano Machado após aguardar por 15 horas por combustíveis em outro posto na Cristiano Machado, o Posto Pica Pau. “Cheguei ontem às 15h no Posto Pica Pau e a expectativa era de que a gasolina chegasse por lá de madrugada. Por volta das 6h não houve nenhuma notícia da chegada do combustível, e por isso teve um princípio de tumulto no local. Como já estava há várias horas fora de casa, resolvi tentar um segundo posto e desde então estou aqui”, disse ele à reportagem às 10h45 da manhã de hoje. A solução de Victor foi empurrar o carro pela fila para conseguir chegar ao posto.